Carlos Flores, J.H. Andresen: “Não podemos enviar garrafas de vinho por email aos nossos clientes.”

Andreia Cabo
Licenciada em Jornalismo com um Master Business Executive em Marketing Management. Um percurso profissional que passou pelo jornalismo, edição de livros, copywriting e gestão de campanhas de marketing.

No dia 27 de janeiro, data em que se comemora o dia internacional do Vinho do Porto, fomos conversar com o cliente Sage J.H. Andresen, conhecer a sua história, perceber quais as consequências que a pandemia trouxe a este setor, nunca perdendo o foco no futuro e qual o papel da tecnologia no desenho estratégico do mesmo.

O aparecimento do vinho do Porto, tal como o conhecemos hoje, e as primeiras exportações, ocorreram na segunda metade do século XVII, tendo como região de produção o Douro. É aí que também encontramos a produção da J.H. Andresen.

J.H. Andresen – uma história com mais de um século

Fundada em 1845, a J.H. Andresen é uma das poucas casas de Vinho do Porto 100% familiares portuguesas. Dado o seu tempo de vida, já passou por vários desafios, mas este ficará, seguramente, na história da empresa.

Nos últimos anos, o setor do vinho do Porto havia dado sinais muito positivos de crescimento em Portugal, impulsionados pelo crescimento do turismo, mas foi parado pela crise pandémica e pelas consequências desta em diversos setores de atividade relativamente aos quais este setor depende.

Um desses setores foi precisamente um dos seus grandes impulsionadores: o turismo. A crise pandémica provocou profundas quebras neste setor, um pouco por todo o mundo. Num estudo realizado pela EY*, Portugal ocupa o 4º lugar no ranking dos países mais afetados, com uma perda de 11,7 mil milhões de euros no PIB nacional, o que corresponde a -6%.

Outro setor amplamente penalizado foi o da restauração, sendo que este é um dos principais canais de distribuição do vinho do Porto, Carlos Flores, sócio-gerente da J.H. Andresen alerta para as consequências sérias que esta quebra está a provocar no setor.

O Impacto da Covid-19 na J.H. Andresen

A aplicação das restrições impostas pelas autoridades de saúde em Portugal foi fácil na área administrativa da empresa. O teletrabalho e os sistemas rotativos foram aplicados de forma simples e tranquila.

Contudo, as mesmas regras quando aplicadas à área da produção provocaram “um forte condicionamento da mesma, uma vez que a modalidade do teletrabalho não é de todo aplicável”, conclui Carlos Flores, sócio-gerente da J.H Andresen.

Uma outra área da empresa que continua a enfrentar vários desafios é a distribuição. A J.H. Andresen tem uma presença residual e recente no mercado nacional, por isso, quase toda a sua produção se destina ao mercado externo. Lidar com as diferentes regras que cada país ia aplicando consoante o estado da pandemia, com as limitações que a própria pandemia provocou no funcionamento das empresas de distribuição continua a ser um grande desafio. Pois, como alerta Carlos Flores, sócio-gerente da J.H. Andresen:

“Não podemos enviar garrafas de vinho por email aos nossos clientes.”

A tecnologia e a eficiência na gestão

Em situações de crise, a gestão de um negócio torna-se ainda mais exigente. É preciso ter a informação em tempo real e em qualquer lugar que estejamos.

As consequências da crise pandémica têm obrigado a olhar para os diversos departamentos da empresa de forma diferente, mas é sobretudo na procura de “maior eficácia e eficiência de processos” que a J.H. Andresen coloca o seu maior foco. Nesse sentido, Carlos Flores realça a importância de um ERP como o Sage X3, pois praticamente toda a estrutura de gestão da empresa está integrada no software, permitindo ter uma visão 360º do seu negócio.

“O investimento em tecnologia é uma das áreas prioritárias para a J.H. Andresen”

Com o olhar no futuro, a J.H. Andresen e o seu Parceiro Sage, Widepartner, preparam-se para dar continuidade ao plano tecnológico já desenhado, mas que havia sido pausado por força das contingências provocadas pela pandemia.

Abílio Veiga, Administrador da Widepartner, conta-nos em detalhe esse plano, ressalvando que o acompanhamento e todo o suporte necessário nesta fase nunca foi posto em causa: “Realmente, as circunstâncias vividas em março obrigaram-nos a implementar rapidamente o nosso serviço à J.H. Andresen de forma remota, o que implicou novas formas de trabalho. Nesta fase, estamos a olhar para o plano tecnológico e a definir as implementações a fazer, no sentido de dar mais e melhores ferramentas de gestão à empresa.”

Fontes:
*Estudo EY

Indústria Alimentar

A Transformação Digital na Indústria Alimentar e das Bebidas – Estudo IDC

Download Gratuito
Exit mobile version