Gestão de crise para organizações sem fins lucrativos: 7 coisas que pode fazer agora

Keir Thomas-Bryant
Keir Thomas-Bryant é o especialista da Sage nas áreas de Consultoria Financeira e de Investimento.
Colaboradores num escritório com computador

Uma vez que a pandemia do coronavírus (COVID-19) continua a fazer sentir o seu impacto no mundo, os governos, as empresas e as organizações sem fins lucrativos correm a adaptar-se e a responder, com vista a limitar o sofrimento humano.

O governo continua a impor um conjunto de medidas restritivas para garantir o distanciamento social, tais como: trabalhar a partir de casa (se possível), as portas de alguns negócios começam a abrir faseadamente e as aulas, na sua maioria, continuam em regime não presencial.

No entanto, e apesar de haver apoios governamentais disponíveis, permanece alguma incerteza, o que conduz a uma crise de confiança na economia.

Num momento extremamente desafiante para a saúde pública e a economia, é preciso ter uma visão completa sobre a situação financeira da sua organização sem fins lucrativos, de forma a não perder agilidade nem a capacidade de responder rapidamente às necessidades em constante mudança da sua comunidade.

Nestes tempos de incerteza, é provável que a sua organização tenha assistido a um declínio nos donativos. É crucial examinar a sua situação financeira, criar projeções sobre o futuro e tomar decisões inteligentes antecipadamente, para reforçar o financiamento e envolver os financiadores.

As necessidades da comunidade estão a crescer, mas serão acompanhadas pelos donativos?

Enquanto responsável financeiro na área das organizações sem fins lucrativos, decerto saberá que os donativos de beneficência estão intimamente ligados à economia. Quando esta está em alta, a confiança dos consumidores é maior e os salários sobem.

Isto traduz-se em mais rendimento disponível e numa maior probabilidade de receber donativos generosos de pessoas e organizações.

Quando a economia está em baixa, acontece o oposto – há menos rendimento disponível e é provável que haja menos donativos.

Tendo em conta a incerteza económica, é mais importante do que nunca estar em contacto com os doadores e mostrar-lhes os resultados concretos dos seus programas e a forma como cumprem a missão da sua organização.

No futuro, quererá poder apresentar uma boa gestão financeira e resultados positivos.

7 coisas que a sua organização pode fazer agora

Ninguém sabe exatamente como a pandemia do coronavírus vai evoluir nas próximas semanas e meses.

Para não pararem, as organizações sem fins lucrativos têm de ser proativas agora: cortar despesas desnecessárias, rever programas e reforçar os contactos com os financiadores, visando manter os programas atuais e orientar novos esforços.

Em seguida, sete coisas que pode fazer agora para gerir a incerteza empresarial.

  1. Transmita segurança à sua equipa

As pessoas, as relações e a comunidade são vitais para as organizações sem fins lucrativos. O coronavírus já provocou perturbações, ansiedade e incerteza nos lares, no trabalho e na comunidade. A volatilidade económica e a incerteza em relação ao financiamento futuro, trazem preocupações adicionais.

É importante comunicar regularmente com a sua equipa, reconhecer a realidade em constante mudança e expressar o apoio e flexibilidade da sua organização nestes momentos difíceis.

Ajude a sua equipa a manter-se equilibrada e concentrada nos objetivos de longo prazo, ao mesmo tempo que apoia as necessidades e prioridades do dia-a-dia.

Como foi pedido às pessoas que trabalhem a partir de casa sempre que possível, manter o contacto por via das ferramentas de teleconferência pode ajudar a equipa a manter-se ligada. O objetivo é acalmar os receios, estimular a flexibilidade, manter o otimismo e encorajar os valiosos membros da sua equipa, com frequência.

  1. Mantenha o contacto com os financiadores

A sua organização tem de se antecipar às inevitáveis necessidades de financiamento adicional que o coronavírus e a incerteza económica estão a causar. Peça já aos atuais doadores que o ajudem a criar uma reserva de liquidez que lhe permita fazer frente às necessidades nesta situação de constantes mudanças.

Certifique-se de que tem o apoio dos principais financiadores, garantindo-lhes, com confiança acrescida, que o contributo deles está a fazer a diferença.

Cada vez mais os grandes financiadores são responsáveis por uma maior fatia do total dos contributos. O seu objetivo é garantir que se mantém entre as prioridades dos seus financiadores durante este ano, sabendo que é provável que os pequenos doadores tenham menos para dar durante tempos de incerteza económica.

  1. Fique de olho nas contas

Este é o momento ideal para uma análise aprofundada à sua situação financeira.

Em que áreas pode poupar dinheiro para continuar a atividade no caso de uma descida nos donativos individuais? Há financiamento que possa ser redirecionado para programas existentes, que respondem às necessidades da comunidade e da economia? Quanto custaria criar novos programas dirigidos aos novos desafios?

Os financiadores reconhecerão o seu dever de cuidado e sentirão que estão a ter um impacto positivo.

  1. Candidate-se a financiamento

Se vai disponibilizar serviços relacionados com o coronavírus (ou se a sua organização tiver sido afetada), há um conjunto de ofertas governamentais de medidas de financiamento locais que vale a pena explorar.

Reserve tempo para analisar as opções e candidate-se cedo.

  1. Reveja os atuais programas

Consciente de que as necessidades vão aumentar em tempo de desaceleração económica, é altura de examinar o desempenho dos programas, no que diz respeito às despesas, face ao impacto dos mesmos.

Que programas fizeram mais diferença? Que programas serão necessários no futuro?

Ao usar o seu sistema de gestão financeira, deverá ser capaz de identificar os indicadores de desempenho mais relevantes, de forma a que a sua equipa possa tomar decisões mais inteligentes e com maior rapidez.

  1. Seja criativo nas angariações de fundos

As regras de distanciamento social forçaram o adiamento ou ao cancelamento de todas as atividades presenciais. Isto terá um impacto significativo nos seus tradicionais eventos de angariação de fundos, sejam os leilões de beneficência, os jantares ou os eventos desportivos.

Pense sobre formas de recriar algumas destas experiências pela Internet. Ou, melhor ainda, seja criativo e crie experiências completamente novas. As ferramentas como o Facebook Live, o software de reuniões online e as redes sociais, podem ajudar.

  1. Aplique as melhores práticas de relacionamento com os financiadores à sua comunicação

Partilhe a sua visão com imagens poderosas. Certifique-se de que o conteúdo que produz desenvolve e reforça a sua marca. Envolva os doadores na sua história com recurso a valores que demonstrem a urgência da sua missão e as histórias pessoais que mostrem o seu contributo.

Expanda o alcance da mensagem ao garantir que o sítio da Internet da organização, as redes sociais e as campanhas fazem com que seja fácil enviar um donativo. Certifique-se de que demonstra respeito pela atual situação, ao mesmo tempo que demonstra agilidade na resposta.

Todos os donativos ajudam, as pessoas querem acreditar que estão a fazer a diferença.

Olhar para o futuro: mantenha-se flexível e seja proativo

Vivemos tempos únicos. Enquanto gestor sem fins lucrativos, é possível que se sinta pressionado a manter o equilíbrio entre a crescente procura pelo trabalho da sua organização e a desaceleração dos donativos.

Todos os membros da sua equipa têm de trabalhar em conjunto para enfrentar estes desafios extraordinários. Durante estes tempos de incerteza, a sua organização precisa de ser flexível e proativa, por forma a fazer a diferença, a responder às necessidades e a encontrar financiamento suficiente.

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