Transformação digital nos tempos da “nova normalidade”

Asavin Wattanajantra
Asavin é especialista em tecnologia de informação e inovação para PME.

Segundo o estudo global “The Agents of Transformation” da AppDynamics, 95% dos profissionais de TI mudaram as suas prioridades de transformação digital devido à COVID-19. De facto, 71% garantem que conseguiram implementar em apenas algumas semanas projetos que tinham sido programados para meses ou anos.

  • O coronavírus acelerou os processos de transformação digital das empresas e colocou a ênfase na experiência do cliente.
  • Na nova normalidade, a tecnologia não só pode reforçar a relação com os clientes como redefine as necessidades de segurança e suporte das organizações.

Para um grande número de empresas, o teletrabalho passou a ser a norma e, com ele, mudaram as necessidades tecnológicas tanto da própria organização como dos seus clientes.

A transformação digital pode dar a volta à forma de gerir um negócio, otimizar os processos de trabalho e melhorar a gestão da informação dos clientes. Nestes tempos difíceis, as empresas percebem bem que o momento da transformação digital é agora, não daqui a 10 anos.

No entanto, desenvolver uma estratégia digital não é tarefa fácil. Segundo o estudo “The Agents of Transformation” da AppDynamics, 66% dos entrevistados garantem que a crise expôs os pontos fracos das suas estratégias digitais e criou a necessidade de acelerar os respetivos programas de transformação digital.

A primeira prioridade dos profissionais de TI é a experiência digital do cliente (88% dos entrevistados).

Entre os principais obstáculos assinalados pelos responsáveis de TI encontram-se os seguintes:

  • A gestão de picos de tráfego na web (81%)
  • A falta de visibilidade e compreensão das soluções tecnológicas (80%)
  • A gestão do tempo para incidências em modo remoto (70%)

Perante estes desafios, 92% dos inquiridos pretendem obter maior visibilidade e compreensão sobre o rendimento das TI e do seu impacto nos clientes e no negócio.

Como acelerar a transformação digital da sua empresa?

A direção de TI da empresa desempenha um papel fundamental na mudança de rumo durante a pandemia provocada pelo coronavírus. O seu roteiro não só terá impacto em cada área da empresa, como a própria continuidade do negócio depende disso.

Os responsáveis de TI devem redefinir os seus objetivos e selecionar os recursos e o momento adequado para executar as suas estratégias digitais. Isso requer uma visão completa e integrada da estratégia de negócio e, sobretudo, a capacidade de definir prioridades.

O primeiro passo consiste em ter noção dos serviços essenciais que a empresa deve continuar a executar. Por exemplo, se vai manter as operações que são vitais para a continuidade do negócio e a estabilidade das operações, ou aquelas com um impacto direto no rendimento da empresa.

É preciso ter sempre em conta as capacidades do departamento de TI para estabelecer uma estratégia de transformação digital realista e alcançável.

Depois de estabelecidos os serviços fundamentais, é o momento de priorizar as necessidades tecnológicas da empresa.

Através da autenticação de múltiplos fatores (MFA), a segurança dos inícios de sessão não depende apenas de uma palavra-passe.

Infraestrutura para a nova normalidade

Por esta altura, a maioria das empresas já adotaram ferramentas para o teletrabalho, como o armazenamento na cloudprogramas colaborativos e plataformas de videoconferências. Mas será que foram implementadas de maneira segura?

O roubo de informação é um risco real e pode ser inclusivamente maior quando se trabalha em modo remoto. Por isso, o uso das redes VPN e a autenticação de múltiplos fatores (AMF) tornou-se uma das grandes prioridades.

As redes VPN (Virtual Private Network) permitem ligar um ou mais dispositivos a uma rede privada, de maneira que o tráfego não possa ser intercetado por terceiros.

As redes VPN permitem gerir o tráfego de forma mais rápida e eficiente, em comparação com as redes WiFi dos funcionários, que muitas vezes são um obstáculo à sua produtividade. Portanto, a implementação de um acesso seguro à VPN, em função do tamanho da empresa, pode ser considerada uma necessidade imediata.

Suporte de TI

Com o auge do teletrabalho, é inevitável que surjam mais problemas técnicos do que é habitual. Para evitar a saturação do equipamento de TI, convém informar os funcionários sobre as regras de utilização do software, bem como estabelecer algumas normas para evitar os vírus ou o phishing.

61% dos profissionais de TI sentem-se mais stressados do que nunca no trabalho (“The Agents of Transformation”, AppDynamics).

Perante o aumento de pedidos de suporte técnico, especialmente em grandes empresas, o reforço da equipa de TI poderia ser outro objetivo prioritário.

Transformação enfocada no cliente

Por último, há que destacar a experiência digital do cliente, o fator mais importante da transformação digital segundo os profissionais de TI.

Neste sentido, as mudanças de comportamento dos clientes acontecem rapidamente e o investimento em tecnologia tem de acompanhar o ritmo.

Em geral, as empresas enfrentam estes desafios através de um acompanhamento mais apertado dos dados dos clientes, do uso de inteligência artificial e da implementação de soluções integradas para todas as áreas envolvidas no processo comercial (marketing, armazém, logística, vendas…).

As soluções integradas gestão empresarial permitem às organizações ter uma visão completa e unificada de tudo o que se passa no negócio: desde os aspetos financeiros da empresa até à satisfação dos clientes.

Não se trata apenas de digitalizar os processos, também é preciso repensar o que sabemos sobre os clientes para satisfazer as suas expectativas.

A transformação da experiência do cliente, o reforço de TI e a segurança das redes são apenas alguns dos objetivos destacados das empresas.

Mas não existe uma estratégia digital única para todos os negócios.

Cada empresa terá as suas próprias prioridades e, portanto, um itinerário único para estes tempos de transformação.

COVID-19. As alterações legislativas de apoio às empresas portuguesas.

- Alargamento de prazos de entregas de documentos, de pagamentos, de entrada em vigor de legislações, de inspeções, entre outros;
- Simplificações de regimes;
- Suspensão de processos.

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