Tecnologia e Inovação

O empreendedor e o empreendedorismo

Jovem olha para câmara

Não há um tipo de empreendedor ou de empreendedorismo. Existem os empreendedores ditos ‘clássicos’, que procuram lançar o seu próprio negócio, sendo inovadores e procurando ‘brechas’ do mercado por explorar. Outros há que optam por investir em negócios já existentes – franchisings, por exemplo – e existem ainda os que apostam em ideias de negócio cujo objetivo é o bem-estar de comunidades específicas, naquilo que se denomina muitas vezes como empreendedorismo social.

É verdade que, nos dias que correm, a maior instabilidade laboral tem precipitado muitos para a necessidade de se lançarem num empreendimento seu. Ao mesmo tempo, há toda uma nova geração de pessoas que está a sair das faculdades de economia e gestão, entre outras, que quer coisas bem diferentes das que os nossos pais – ou mesmo nós – um dia quisemos ou achámos que iria acontecer. Querem ser patrões de si próprios, questionam fortemente o papel dos cursos superiores na preparação para o mundo de trabalho e querem ‘fazer acontecer’.

Seja qual for o ponto de partida, todos têm, ainda assim, um estado de espírito comum, a par de vários desafios e contrapartidas. Um empreendedor é alguém que tira as ideias da gaveta e passa à ação, trabalhando para transformar um projeto num negócio. É, por inerência, alguém inconformado, que troca o conforto de uma vida profissional mais tranquila, mas menos desafiante, por um caminho que comporta risco, mas que pode ser mais compensador.

Comecemos, por isso, pelas vantagens. A independência, a noção de um maior controlo sobre a própria vida e as potenciais recompensas financeiras são algumas das recompensas. Não há uma única via para a ‘felicidade’ profissional, sendo que para muitas pessoas o empreendedorismo é a forma que encontram de serem elas a decidir em que área querem trabalhar, coisa que nem sempre é viável quando se trabalha por conta de outrem. O enriquecimento pessoal e profissional é, por isso, uma das mais-valias identificadas por quem segue este rumo, a par da ausência de monotonia.

Ora, como em tudo na vida, existe o outro lado da moeda e, no empreendedorismo, nada se faz sem algum sangue, muito suor e umas quantas lágrimas. Há que assegurar que se mantém o controlo do negócio, sem ‘largar o osso’ (sobretudo até que o negócio já esteja em velocidade cruzeiro), não ter medo de arregaçar as mangas, trabalhar bastante e contar com imprevistos, para depois não desanimar à primeira adversidade. Lançar um negócio próprio não é fácil, mas, quando corre de feição, pode ser muito recompensador. E, só arriscando, claro está, é que se pode vir a obter retorno.

 

Algumas fontes de inspiração

Tanto na literatura como no ecrã, há várias histórias, conselhos e relatos que podem ser inspiradores na altura de empreender. Disponíveis por streaming estão, por exemplo, a Rede Social, que conta a história do surgimento do Facebook, ou ‘Decoding Bill Gates’, exemplos que nunca é demais recordar e que podem inspirar para o empreendedorismo. Ou, pegando em histórias de ilustres anónimos, temos, por exemplo, o ‘Jiro Dreams of Sushi’, o ‘Rapaz que prendeu o vento’.

Nos livros, o ‘Pai Rico Pai Pobre’, de Robert T. Kiyosaki, os ‘Segredos da mente milionária’, de T. Harv Eker, o ‘De Zero a um’ de Blake Masters e Peter Thiel’, o ‘Startup – Comece a sua Empresa por 100€’, de Chris Guillebeau, ‘Criar modelos de negócio’ de Alexander Osterwalder e Yves Pigneur e ‘A arte da startup’, de Guy Kawasaki, são exemplos, entre muitos outros, de obras que podem ser úteis para quem abraça esta forma de estar na vida e construir carreira.

 

Onde obter mais informação e apoios

Aventurar-se num negócio implica fazer uso de todas as ferramentas possíveis para garantir que o seu projeto será um sucesso. O capital é, claro está, fundamental, mas nunca é demais repetir que informação é tudo. Para tal, há sites e instituições vocacionadas para o empreendedorismo que podem revelar-se particularmente úteis, pelos apoios prestados, das quais são exemplo:

  • ANJE – Associação Nacional de Empresários

A ANJE opera no apoio, promoção e monitorização de empresas em fase de arranque, estimulando a criação de projetos, trabalhando na partilha de informação e intercâmbio de experiências e no aconselhamento dos futuros empresários.

  • Beta-i

Sediada em Lisboa, a Beta-i, responsável por programas de aceleração como o Lisbon Challenge, tem por missão impulsionar o empreendedorismo e, em particular, a inovação, operando nas áreas da aceleração, eventos, consultoria, inovação aberta, educação e investimento.

  • Portugal Ventures

 

Esta capital de risco pública investe em novos projetos e startups nos setores digital, engineering & manufacturing, turismo e ciência. O apoio é prestado nas fases iniciais e embrionárias dos projetos.

  • Rede Nacional de Incubadoras e Aceleradoras

Portugal possui hoje um conjunto de estruturas, espalhadas pelo país, de apoio ao empreendedorismo. Quer se trate de incubadoras promovidas por universidades, polos científicos e tecnológicos, autarquias, empresas privadas ou entidades estrangeiras, a informação está reunida na Rede Nacional de Incubadoras e Aceleradoras onde se cruzam também redes de mentores e investidores, informação sobre possibilidades de cooperação, recursos físicos existentes e know-how disponível.

  • WomenWinWin

Ainda que as restantes estruturas referidas não façam discriminação de género, tendo por alvo empreendedores de uma forma geral, é sabido que o mundo dos negócios é ainda um mundo predominantemente masculino. A WomenWinWin apoia a comunidade de mulheres empreendedoras, promovendo o contacto entre as mesmas (nomeadamente para busca de parcerias de negócio), apoiando a busca por novas oportunidades e fomentando a partilha de informação, entre outras valências. A troca de dados e contactos é feita, pelo menos numa fase inicial, pela Internet, já que esta é uma plataforma de network que opera online.

 

Vivemos tempos raros, de certa forma inéditos em Portugal, quando pensamos na quantidade de informação, infraestruturas e apoios atualmente existentes. A par de um ambiente – a nível global – ávido de empreendedorismo, de projetos com valor e de ideias diferentes. Com o aconselhamento certo e boas propostas, este é um momento de ouro para novos voos!