Você está a controlar corretamente os dados que compartilha com a IA
Garanta a proteção de dados na Inteligência Artificial. Evite fugas, cumpra o RGPD e inove com segurança na sua empresa.

Está a utilizar a IA no seu negócio? Estas são as medidas de proteção de dados na inteligência artificial que devem ser implementadas para evitar os riscos mais comuns.
- As empresas que não supervisionam a utilização da IA podem enfrentar fugas de dados, sanções elevadas e danos reputacionais.
- Adotar uma abordagem proativa permitirá minimizar esses riscos e manter sob controlo os dados sensíveis do seu negócio.
A inteligência artificial (IA) veio para ficar. Em Portugal, a IA já está bem presente no mundo empresarial. De acordo com um estudo da AWS e Strand Partners de maio de 2025, cerca de 41 % das empresas portuguesas utilizam IA — um aumento de 17 % em relação ao ano anterior. No mesmo estudo, revela-se que 96.000 empresas adotaram IA pela primeira vez no último ano, o que representa cerca de 12 novas implementações por hora.
A sua implementação já está a representar um antes e um depois para muitos desses negócios, sobretudo no que diz respeito à automatização dos fluxos de trabalho, à tomada de decisões e à otimização dos processos produtivos. No entanto, a sua utilização sem controlo levanta novos riscos no que toca à proteção de dados.
PARTILHE! Sabe exatamente o que partilha com a IA e como essa informação é utilizada? Aplique estas medidas para evitar riscos desnecessários com os dados na sua empresa.
ÍNDICE DO POST
- Confia cegamente na sua IA? 5 consequências de uma má gestão dos dados
- O que pode ser feito para proteger os dados na IA?
- 1. Definir políticas internas claras sobre o uso da IA
- 2. Formar e sensibilizar os colaboradores
- 3. Utilizar tecnologias que limitem a partilha de dados
- 4. Implementar controlos de acesso e segmentação da informação
- 5. Monitorizar a utilização da IA
- 6. Dar prioridade a fornecedores que ofereçam garantias de segurança e privacidade
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Confia cegamente na sua IA? 5 consequências de uma má gestão dos dados
A IA está a integrar-se rapidamente no fluxo de trabalho do dia a dia; aliás, cada vez mais colaboradores utilizam essas ferramentas para aumentar a produtividade e automatizar tarefas.
No entanto, as empresas que não monitorizem essa atividade poderão enfrentar problemas relacionados com a proteção de dados na IA, com impacto na sua reputação, competitividade e até viabilidade.
- Exposição de informação confidencial. Se os colaboradores introduzirem inadvertidamente dados sensíveis em plataformas de IA (como rascunhos de contratos, fragmentos de código, estratégias comerciais ou documentos internos), é possível que esses dados fiquem armazenados, sejam processados ou até reutilizados por terceiros sem o seu consentimento.
- Incumprimento normativo. Partilhar informação pessoal ou protegida por leis como o RGPD, sem as garantias adequadas, pode levar a advertências legais e a pesadas sanções económicas que podem colocar o seu negócio em risco.
- Perda de controlo sobre os dados. Quando a informação entra em sistemas de terceiros, deixa de ser possível controlar como e para que será utilizada. Como consequência, torna-se mais difícil realizar auditorias internas, responder a exigências legais ou até cumprir as próprias políticas da empresa.
- Fugas de dados. Algumas ferramentas de IA generativa não garantem o isolamento dos dados introduzidos, o que pode originar fugas de dados acidentais para outros utilizadores ou programadores. Isso pode resultar em falhas de segurança difíceis de rastrear.
- Dano reputacional. Qualquer incidente relacionado com o uso indevido de dados por parte da IA pode prejudicar a confiança de clientes, parceiros e colaboradores, afetando a imagem da empresa.
Cerca de 65 % das empresas não tem controlo sobre os dados que os seus colaboradores partilham com a IA, segundo revela o relatório The State of Workforce Security: Key Insights for IT and Security Leaders.
Qual é o problema do RGPD com a IA?
O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) estabelece que as organizações devem:
- Garantir a privacidade e a proteção dos dados pessoais.
- Notificar as divulgações ou fugas de dados.
- Assegurar a transferência segura de dados transfronteiriços.
O incumprimento pode resultar em multas elevadas, que podem atingir os 20 milhões de euros ou 4 % do volume de negócios anual da empresa.
Os sistemas de IA, especialmente os Grandes Modelos de Linguagem (LLM), devem cumprir rigorosamente o RGPD se utilizarem dados pertencentes a cidadãos da União Europeia ou se forem implementados dentro do território europeu.
No entanto, por se tratar de uma tecnologia muito recente e pela maioria das ferramentas de IA não estarem integradas nas arquiteturas clássicas de segurança, muitas não consideram esta nova via de fuga de informação. Além disso, a utilização individual dessas aplicações por parte dos colaboradores dificulta ainda mais o controlo da informação.
O que pode ser feito para proteger os dados na IA?
Para evitar fugas, sanções ou usos indevidos de informação sensível, é fundamental adotar medidas que promovam uma utilização responsável destas ferramentas e garantam a segurança da empresa. Por isso, aqui ficam 6 recomendações para a proteção de dados na Inteligência Artificial.
1. Definir políticas internas claras sobre o uso da IA
Definir quais ferramentas estão autorizadas, que tipo de dados podem ser utilizados e quais práticas estão proibidas, garantindo que a equipa compreenda claramente essas normas.
2. Formar e sensibilizar os colaboradores
Compreender o funcionamento da IA e os seus riscos reduzirá a probabilidade de os colaboradores partilharem dados sensíveis inadvertidamente. Por isso, é importante formar a equipa em boas práticas de segurança digital e no uso ético da inteligência artificial.
3. Utilizar tecnologias que limitem a partilha de dados
Existem soluções que monitorizam e bloqueiam, em tempo real, a transferência de informação confidencial para plataformas de IA não autorizadas. Por exemplo, os softwares de prevenção de perda de dados (DLP) evitam fugas e mantêm sob controlo o uso de informação estratégica, sem prejudicar o potencial produtivo da IA.
4. Implementar controlos de acesso e segmentação da informação
Nem todos os colaboradores precisam de aceder a toda a informação. Deve-se atribuir permissões por função ou nível de responsabilidade para minimizar a exposição desnecessária dos dados.
5. Monitorizar a utilização da IA
Deve saber que sistemas estão a ser utilizados na sua empresa, como são usados e quem os utiliza. Para isso, pode implementar, por exemplo, auditorias automatizadas que incluam registos de atividade e sistemas de deteção de anomalias para monitorizar as interações com a IA. Assim, poderá identificar tanto comportamentos de risco como oportunidades de melhoria.
6. Dar prioridade a fornecedores que ofereçam garantias de segurança e privacidade
Ou seja, certifique-se de que as ferramentas de IA implementadas no seu negócio cumprem as normas de proteção de dados na Inteligência Artificial e oferecem opções de configuração seguras. Verifique ainda que não retenham nem utilizem os dados para treinar os seus modelos.
Lembre-se, adotar estas medidas de proteção de dados na Inteligência Artificial não significa renunciar à inovação, mas sim aproveitar as vantagens da IA sem pôr em risco a sua informação. Para isso, será necessário criar um ambiente digital que permita trabalhar de forma fluida, minimizando as ameaças.