Como podem os CFO abraçar o Metaverso
O Metaverso está a suscitar grande entusiasmo.
Agora, os negócios têm de pensar minuciosamente sobre como explorar o potencial desta tecnologia em rápido crescimento para gerar novas receitas.
É aí que um CFO pode desempenhar um papel crucial e ajudar a garantir que a sua organização gera novos e viáveis modelos de negócio.
Neste artigo, vamos abordar como o interesse no Metaverso está a ganhar ritmo e como os CFO podem explorar a participação dos seus negócios nesse mundo virtual.
Cobriremos os seguintes tópicos:
- De entusiamo a potencial realidade para o Metaverso
- O que é o Metaverso?
- Como irão os negócios explorar o Metaverso?
- O que significa o Metaverso para os CFO?
- O que devem considerar os CFO ao abraçar o Metaverso?
- Considerações finais: para o Metaverso e mais além
De entusiasmo a potencial realidade para o metaverso
Impulsionado como o próximo grande passo em tecnologia por figuras de destaque, como o CEO e fundador da Meta Mark Zuckerberg, empresas e executivos de todo o mundo continuam a falar do Metaverso.
Com efeito, mais 40% de empresas referiram o “Metaverso” na documentação da empresa, durante o primeiro trimestre de 2022, de acordo com a GlobalData.
A rápida subida de referenciação é uma resposta ao entusiasmo pelo Metaverso na indústria da tecnologia.
Tal como a Meta, outros grandes gigantes da tecnologia – como a Microsoft e a especialista em chips Qualcomm – começaram a explorar como desenvolver hardware e aplicações úteis para esse espaço e como beneficiar os seus respetivos clientes.
À medida que estes desenvolvimentos continuam a acelerar o passo, as organizações por todo o mundo devem reagir.
Enquanto muitas tecnologias ligadas ao Metaverso se mantêm nos laboratórios, outras – como a realidade virtual (RV) e a realidade aumentada (RA) – podem ser experimentadas e exploradas.
As empresas devem desenvolver provas de conceito úteis, na primeira oportunidade.
Enquanto CFO, detém as chaves das finanças corporativas. Como tal, desempenhará um papel crucial no estabelecimento de explorações no mundo virtual.
Mais, muitos dos avanços ligados ao Metaverso – seja o estabelecimento de técnicas de pagamento ou a compra de propriedade virtual – terão um impacto direto nos papéis e responsabilidades dos diretores financeiros.
Com esse ritmo de mudança em mente, e desde as investigações iniciais até à adoção de criptomoedas, é evidente que os CFO estarão no fulcro desta transformação digital.
O que é o Metaverso?
Nos seus termos mais simples, o Metaverso é uma rede de mundos virtuais em 3D, que usa tecnologias – como a realidade virtual e aumentada – para ajudar as pessoas a conectar-se de maneiras mais ricas, do que é possível na Internet tradicional, mais plana.
O relatório de pesquisa da Sage recentemente divulgado, The Redefined CFO, sugere que o Metaverso é mais visto como uma convergência das vidas física e digital, através de uma série de pontos de contacto virtuais e outros ambientes.
A analista tecnológica Forrester chega à mesma conclusão, referindo o Metaverso como a camada de experiência 3D da Internet.
Neste momento, o Metaverso são uma série de desenvolvimentos tech-led separados.
A analista Gartner diz que fabricantes de TI pioneiros estão a criar tecnologias, nomeadamente através de capacetes de RV, que permitem aos utilizadores replicar as suas vidas num mundo digital.
Este tipo de desenvolvimentos são um primeiro passo na criação do Metaverso.
Tem sido tal a cacofonia rodeando estes novos mundos virtuais, que seria fácil pensar que já há um Metaverso plenamente formado pronto a ser explorado.
Sejamos claros: o Metaverso ainda está na sua infância.
Como a analista Forrester sugere, apesar do entusiasmo global, o Metaverso ainda não está aí.
Um Metaverso mais vasto e bem-sucedido dependerá de experiências virtuais mais profundas.
A Gartner imagina um mundo, em que uma série de atividades – desde assistir a aulas virtuais a comprar terreno digital e construir casas virtuais – terá lugar num único espaço online, com múltiplos destinos por entre tecnologias e experiências.
O que é já evidente, contudo, é que o Metaverso apresenta oportunidades imensas para as organizações e respetivos CFO.
Quando 34% dos adultos americanos online (28% no Reino Unido) expressam entusiasmo pelo que o Metaverso poderá oferecer, a Forrester reporta que 76% dos diretores de marketing de “Business-to-Consumer” (B2C) planeiam investir em atividades relacionadas com o Metaverso, em 2022.
Enquanto CFO, precisa de estar preparado para essa mudança.
Como irão os negócios explorar o Metaverso?
Então, onde irão os executivos que exploram o Metaverso procurar investir o seu dinheiro?
No Metaverso, as empresas poderão conectar-se com os clientes de novas formas e os seus funcionários poderão ser mais produtivos.
À medida que o hardware e o software evoluem, os funcionários poderão usar tecnologia de RV e RA para visualizar informação crucial, enquanto trabalham.
Um exemplo é a visualização melhorada de dados, que poderia possibilitar às equipas financeiras modos de trabalho mais rigorosos e fluidos. Os elementos humanos de talento seriam assim libertados para trabalhar em tarefas de mais valor.
Depois, pense na colaboração.
Todos passámos mais tempo online durante os últimos dois anos e o Metaverso proporcionará nova profundidade às conversas virtuais.
Através de tecnologia de RA e RV dedicada, pessoas que não estão na mesma sala – sejam colegas de trabalho, participantes de uma conferência ou novos clientes – poderão comunicar, como se o estivessem.
O Metaverso não trará apenas vantagens para os seus funcionários e parceiros. Os seus clientes também estão interessados nesse espaço.
O que é particularmente verdade quando se trata de uma geração mais jovem, que cresceu a jogar maciçamente jogos com multijogadores online.
A tecnologia do Metaverso estender-se-á igualmente a outras experiências de cliente, para além dos jogos.
Quase 2/5 dos consumidores no Reino Unido pretendem usar a realidade aumentada (RA) e o Metaverso para encontrar informação de produto, como parte do seu percurso de compra, seja experimentando peças de roupa via guarda-roupa virtual, seja visualizando como um novo mobiliário ficaria numa divisão.
A GlobalData diz que casos de novos e inovadores usos são anunciados, regularmente.
E aponta, por exemplo, o recente anúncio do Manchester City Football Club de que planeia criar um estádio virtual no Metaverso.
Com a assistência da gigante tecnológica Sony, o clube espera permitir aos adeptos assistir virtualmente a jogos em direto, a partir de qualquer lugar do mundo.
Tal é o ritmo de desenvolvimento, que a analista Gartner diz que 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no Metaverso, para trabalhar, fazer compras, formação ou entretenimento, até 2026.
Resumindo, as exigências do seu pessoal e clientes experientes em tecnologia vão continuar a evoluir.
Você a sua empresa terão de investir no Metaverso para responder a essas exigências.
O que significa o Metaverso para os CFO?
A consultora Accenture diz que quase ¾ (71%) dos executivos a nível global acreditam
que o Metaverso impactará positivamente as suas organizações, com 42% a sugerir que isso será transformacional.
Com tantos líderes executivos a começar a pensar na estratégia, poderá a sua empresa dar-se ao luxo de ficar para trás?
As boas notícias decorrentes da pesquisa da Sage são que quase um terço (30%) dos líderes financeiros no Reino Unido acreditam que os seus negócios já entraram para o Metaverso, enquanto mais de metade (58%) dizem ter avançado moderadamente no sentido do Metaverso, mas ainda não chegaram lá.
Essa é uma perceção positiva dos desenvolvimentos relacionados com uma tecnologia que, para muitos, ainda está na sua fase emergente.
Para os diretores financeiros que visam ajudar as suas organizações a fazer a mudança para o Metaverso, há uma série de importantes fatores a ter em mente.
Uma dessas áreas é o cripto.
A Gartner prevê que o Metaverso venha a ter uma economia virtual possibilitada pelas moedas digitais e tokens não fungíveis (NFTs), que são unidades de dados não intercambiáveis armazenadas numa cadeia de blocos.
Os diretores financeiros devem procurar compreender o mais rapidamente possível como estas tecnologias emergentes vão ser usadas nos processos das suas organizações.
Mais uma vez, a pesquisa da Sage sugere que os primeiros sinais são positivos: quase metade (44%) dos líderes financeiros no Reino Unido acreditam que as moedas descentralizadas irão provar-se extremamente viáveis, como solução de pagamento a longo prazo.
Apenas 2% dos diretores financeiros no Reino Unido não têm interesse em usar as criptomoedas para pagamentos.
Entretanto, a propriedade digital é uma outra área que poderá requerer o seu contributo especializado de CFO.
Similarmente aos bens físicos, o terreno digital e propriedades online são limitados. Tal escassez significa que as pessoas e as organizações estão dispostas a pagar por esses bens virtuais.
Com efeito, a propriedade digital já está a ser comercializada em plataformas virtuais, como a Decentraland e a OpenSea.
Alguns investidores estão já a antecipar-se.
Em 2021, o custo médio do terreno digital rondava os $5.300 (£4.200) – comparativamente, o custo médio de uma casa no Reino Unido é de £40.000.
Nos últimos meses, as vendas combinadas de terreno no Metaverso subiram em 1000% e o setor é estimado duplicar em dimensão ao longo de 2022.
O que devem considerar os CFO ao abraçar o Metaverso?
O que é evidente é que o Metaverso e outras tecnologias relacionadas, como as moedas digitais e NFTs, sustentam uma mudança fundamental nos papéis e responsabilidades dos CFO.
Em lugar de desempenhar simplesmente as suas tarefas tradicionais num mundo físico, terá de abraçar tecnologias avançadas e de considerar como a sua empresa vai operar num ambiente virtual.
Ninguém espera que a mudança para o Metaverso seja simples.
Para além das significativas barreiras tecnológicas que terão de ser ultrapassadas, é provável que as organizações e os seus CFO se deparem com uma série de fatores culturais.
Também terá de considerar esses aspetos.
Um dos elementos-chave será assegurar que as pessoas dispõem das competências certas para tirar o máximo partido do Metaverso.
Mais de metade (54%) dos líderes financeiros no Reino Unido dizem estar a criar formação de desenvolvimento profissional em torno do Metaverso, de acordo com a pesquisa da Sage.
Para além de competências e aptidões, as empresas e respetivos CFO podem usar uma série de táticas para se preparar para o Metaverso.
A pesquisa da Sage sugere que os líderes financeiros no Reino Unido estão a focar diversas áreas essenciais:
- Preparação para novas regulamentações (49%)
- Exploração de novos processos financeiros ou de contabilidade (47%)
- Aquisição de propriedade via NFTs (44%)
Importa notar que, apesar da confiança de muitos diretores financeiros que responderam ao inquérito da Sage, ainda há muito trabalho de fundo a fazer.
No caso dos pagamentos, por exemplo: apenas 13% dos líderes financeiros no Reino Unido aceitam presentemente pagamentos em criptomoeda, enquanto um terço (33%) planeia fazê-lo durante o próximo ano.
Mesmo quando estabelecidos os fundamentos para criptomoedas e NFTs, é provável que os CFO encontrem outros desafios.
Entre estes destacam-se as preocupações ambientais, associadas à imensa capacidade de computação exigida para verificar as transações de Bitcoin.
As pesquisas mostram que uma transação média consome 2116 kWh de eletricidade.
São este tipo de preocupações que levam um quarto (25%) dos diretores financeiros no Reino Unido a dizer que a falta de alinhamento com políticas sustentáveis é a maior barreira à adoção da criptomoeda pelas suas empresas.
Outros desafios incluem encontrar o talento certo para gerir essas moedas (23%) e preocupações relacionadas com a segurança da informação (21%).
Considerações finais: para o Metaverso e mais além
O Metaverso ainda não está aí, mas está a chegar.
As primeiras incursões na RV e RA estão a ser combinadas com novos desenvolvimentos em áreas relacionadas, como as moedas digitais e os NFTs.
Os grandes desafios tecnológicos e culturais terão de ser ultrapassados, antes que o Metaverso se torne manifesto – neste momento, está em formação.
E mesmo quando esses desafios são tomados em consideração, importa reconhecer que o apoio sonante de grandes atores tecnológicos significa que é uma questão de quando, e não se, o Metaverso se tornará uma realidade nos negócios.
Portanto, agora é a hora de você e a sua organização pensarem como poderão tirar o maior partido deste espaço em rápido crescimento.