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Estatística, uma importante ferramenta para os negócios

Mulher de negócios conferindo cashflows

O dicionário define a estatística como o “ramo da matemática que utiliza grandes conjuntos de dados numéricos para obter inferências baseadas no cálculo de probabilidades”. De facto, é mais do que isso: reúne probabilidade, descrição, análise, inferência, previsão e muitos outros conceitos que, em conjunto, constituem um instrumento de grande utilidade.

Até há pouco tempo, quase se podia dizer que era, praticamente, o ramo do conhecimento dos dados por excelência. Ultimamente, divide o protagonismo com outras técnicas de abordagens mais computacionais (como o big data), mas isso não faz com que perca nem um pouco do seu interesse numa era em que os dados se converteram num dos grandes motores económicos. Aplicações não lhe faltam.

Big data

Nem tudo é computação no big data. A estatística tem muito com que contribuir. Logo de início, é capaz de estudar as propriedades dos dados para saber até que ponto vale a pena processá-los, de um modo ou de outro, através de meios informáticos sofisticados.

Posteriormente, volta a ser uma ferramenta muito importante na fase de análise dos dados. A estatística tem um poder interpretativo que ajuda a tirar conclusões a partir de dados massivos.

Controlo de qualidade

controlo de qualidade poderia ser muito complicado se tivéssemos de analisar, um a um, cada bem ou serviço que se produz. Seria uma tarefa penosa e, em muitos casos, impossível, já que não é rara a exigência de uma análise minuciosa das peças que implique uma deterioração ou destruição.

No entanto, é possível utilizar uma amostra e, através de métodos estatísticos, tirar conclusões para o conjunto da produção. Podemos, assim, saber qual é a probabilidade de surgir algum tipo de problema. Inclusivamente, graças à estatística, podemos saber até onde devemos aprofundar os exames, se quisermos garantir uma determinada qualidade ou minimizar a probabilidade de certos riscos.

Previsão

A estatística fornece ferramentas para a previsão. Graças a elas, podemos calcular quão provável é uma variável se encontrar dentro de uma categoria de valores num determinado momento ou alcançar determinados números em função do comportamento de outras variáveis. Do mesmo modo, podemos prever a probabilidade de um atributo ser de uma determinada forma.

Tudo isto é uma matéria-prima muito valiosa para a planificação e orçamentação. Permite não apenas criar referências para o futuro, como também dispor de informação acerca da sua fiabilidade.

Finanças

Grande parte das finanças está relacionada com conceitos estatísticos. Dois dos mais importantes são a rentabilidade esperada e o risco. Do mesmo modo, quando falamos de fluxos de caixa, normalmente referimo-nos aos cálculos estatísticos sobre cobranças e pagamentos esperados.

Logo, a estatística oferece uma base real, sustentada em dados, à imprescindível projeção temporal das finanças. Facilita a realização de apresentações e análises sobre elementos objetivos por parte das empresas.

Investigação de mercados

Nos estudos de mercado, é muito importante analisar amostras adequadas. Uma das formas de decidir como as obter é através de métodos estatísticos. Assim, conseguimos com que os dados extraídos de uma pequena parte da população nos sirvam para tirar conclusões sobre o conjunto.

Outra técnica interessante é a dos painéis de consumidores, em que as mesmas pessoas são consultadas ao longo do tempo. Assim, obtêm-se algumas melhorias nas estimativas.

Seleção do pessoal

Os testes psicométricos usados na seleção de pessoal para estudar as capacidades sociais e emocionais, a inteligência, as aptidões e muitos outros aspetos de interesse dos candidatos baseiam-se em métodos estatísticos.

Uma vez mais, a estatística proporciona fórmulas para transformar dados em instrumentos de decisão. Além disso, permite analisar as propriedades dos métodos utilizados, conhecer as suas limitações e examinar alternativas e possibilidades de melhoria.

Análises estratégicas

Quando temos de basear as nossas decisões na evolução do contexto e nas reações dos outros, também é habitual a utilização da estatística. É utilizada, fundamentalmente, quando existem determinadas faltas de informação.

Nesse sentido, dois conceitos tão importantes para o planeamento de estratégias como a incerteza e o risco têm origem na estatística. Em suma, permite-nos saber o que podemos enfrentar e compreender as limitações da informação que gerimos.

Análise do contexto

A estatística oferece-nos ferramentas de uso comum na análise do contexto interno e externo da empresa, como os índices e as taxas de variação. Além disso, em alguns casos, a própria preparação pode exigir a utilização de técnicas estatísticas, como acontece quando é preciso realizar previsões sobre a sua evolução futura.

É, portanto, uma fonte de pontos de referência. Sem a estatística, seria muito mais complicado, para o gestor empresarial, saber como vão variando todos aqueles aspetos que influenciam as decisões que é preciso tomar. Não saberia se o que observa é muito ou pouco, bom ou mau, melhor ou pior do que o esperado, do que é comum entre a concorrência, etc.

Estes são apenas alguns exemplos do desmedido número de aplicações da estatística no mundo empresarial. Isto deve levar-nos a uma dupla reflexão. Por um lado, não é raro que interesse a muitas empresas contratar profissionais especializados neste campo. Por outro, é necessário promover um aperfeiçoamento da cultura estatística de todo o tipo de funcionários, já que isso permite uma melhor interpretação das possibilidades, limitações e alcance da informação estatística.