Mais de 50% das operações de M&A falham. Porquê?

Com um relevo decisivo no âmbito da criação de valor e nas atuais dinâmicas de crescimento, o M&A (Mergers & Acquisitions) assume-se como uma componente chave da estratégia organizacional. Contudo, vários estudos referem taxa de insucesso nas operações superior a 50%1 decorrente, maioritariamente, da não concretização dos objetivos definidos inicialmente. São públicos vários casos de insucesso que geraram perdas significativas para os compradores.
Mas, então, porque falham as operações? Confira os 9 motivos principais que são responsáveis pelo insucesso de mais de 50% das operações de fusões e aquisições.
- No momento pré-operação, deverá decorrer um assessment completo visando compreender e identificar a adequação da estratégia de crescimento e das competências internas com as especificidades do processo de M&A. A realização de uma aquisição é um forte compromisso que irá perdurar no tempo e pode não ser a estratégia mais adequada a todos os contextos organizacionais. Por isso, a estratégia de M&A deverá complementar e, em simultâneo, decorrer da estratégia geral da organização, que necessitará de estar comprometida com uma lógica de crescimento por via de aquisições.
- A identificação do target (empresa a adquirir) pode ser um processo difícil e moroso por isso não se deverá subestimar a complexidade e o tempo associado a esta etapa do processo.
- É ainda necessário ter em consideração, desde o momento inicial, as possíveis diferenças relacionadas com as dimensões humana, cultural e estratégica das organizações envolvidas. Há que estar atento a um potencial choque de culturas, sobreposição de recursos humanos e à instabilidade e insegurança que um processo destes pode gerar nas equipas.
- Além disso, é essencial a realização de um processo de due diligence rigoroso e exaustivo para evitar contratempos no futuro. É fundamental assegurar que a informação financeira e os procedimentos apresentados pela empresa refletem o seu posicionamento no mercado, as suas potencialidades e analisar possíveis riscos que a mesma possa trazer para os diferentes stakeholders envolvidos.
- Em alguns casos, o grande interesse na realização da operação, a competitividade o processo negocial ou uma análise irrealista das sinergias obtidas podem originar uma valorização e pagamentos excessivos.
- De igual modo, o elevado custo da dívida decorrente de uma desadequada estruturação financeira da operação pode impossibilitar a obtenção dos retornos e sinergias esperados.
- De salientar ainda que, mesmo antes da celebração da conclusão da operação, é necessário começar a preparar o “day after”. Neste domínio, o Plano de 100 dias é uma ferramenta fundamental para definir ações com vista à concretização dos objetivos e aproveitando o momentum. Este plano deverá contemplar as principais ações, o roadmap de implementação e as estratégias inicialmente definidas em conjunto com as lideranças das organizações.
- As equipas de Post Merger Integration (PMI) podem também desempenhar um papel essencial na gestão das expectativas dos colaboradores da empresa a adquirir, mitigação das diferenças culturais e na introdução das alterações estratégicas definidas.
- Por último, é essencial recorrer a apoio profissional experiente e qualificado. Na Yunit Consulting pode encontrar uma equipa de consultores especializados que estudam consigo a adequação do processo de M&A à sua realidade e o acompanham e acrescentam valor em todas as fases do processo.
1
https://www.bcg.com/publications/2015/why-deals-fail
Joshi, M., Sanchez, C. and Mudde, P. (2020), “Improving the M&A success rate: identity may be the key”, Journal of Business Strategy, Vol. 41 No. 1, pp. 50-57. https://doi.org/10.1108/JBS-08-2017-0115