O que é a retenção na fonte?
Saiba o que é a retenção na fonte, como funciona e quais são as suas implicações para trabalhadores e empresas no sistema fiscal português.

A retenção na fonte é um mecanismo fiscal utilizado em Portugal para assegurar que o Estado arrecada de forma mais atempada e eficiente a receita fiscal.
- Trata-se essencialmente de um sistema de regras em que uma entidade (que pode ser o empregador, outra entidade pagadora de rendimentos, instituição financeira, entre outras) fica legalmente obrigada a deduzir uma percentagem do rendimento devido ao beneficiário no momento do seu pagamento e a entregar esse valor ao Estado.
- Esta prática contribui para uma maior eficiência na arrecadação dos impostos e para a prevenção da evasão fiscal.
A retenção na fonte é um mecanismo fiscal amplamente utilizado em Portugal para garantir a antecipação do pagamento de impostos ao Estado. Este sistema permite que uma entidade pagadora, como um empregador ou instituição financeira, retenha uma parte do rendimento devido ao beneficiário e a entregue diretamente à Autoridade Tributária.
Dessa forma, assegura-se um fluxo contínuo de arrecadação fiscal e reduz-se o risco de incumprimento das obrigações tributárias por parte dos contribuintes.
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COMPARTE Sabe o que é a retenção na fonte? Fique a par das regras em vigor e assegure o correto cumprimento das suas obrigações fiscais!
CONTEÚDO DO POST
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Como funciona a retenção na fonte em Portugal?
Em Portugal, a retenção na fonte está prevista no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS) e no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC), dependendo se a retenção incide sobre rendimentos de particulares ou de empresas.
1. Tipos de rendimentos sujeitos a retenção na fonte
A retenção na fonte aplica-se a diferentes categorias de rendimentos, incluindo:
- Trabalho dependente (Categoria A);
- Trabalho independente (Categoria B);
- Pensões (Categoria H);
- Rendimentos de capitais (Categoria E);
- Rendimentos prediais (Categoria F);
- Mais-valias e outros rendimentos sujeitos a tributação (Categoria G).
Dependendo do rendimento em causa, as regras de aplicação da retenção na fonte podem variar no que se refere ao momento da retenção ou às taxas a aplicar ao respetivo rendimento.
2. Taxas de retenção na fonte
As taxas de retenção na fonte variam de acordo com a categoria de rendimento, mas também, no caso dos rendimentos do trabalho dependente e das pensões, da situação familiar do contribuinte. Por exemplo: estado civil, número de dependentes, grau de deficiência, entre outros. E escalões de rendimento em cada ano.
Exceto para os rendimentos sujeitos a taxas de retenção fixas, ou seja, todas as categorias exceto A e H. O governo publica anualmente tabelas de retenção na fonte, aplicáveis a diferentes situações.
De um modo geral, estas taxas em Portugal variam entre 0 % e 47,17 %.
3. Obrigações das entidades pagadoras de rendimentos
As entidades que efetuam a retenção na fonte têm o dever de entregar os valores retidos ao Estado dentro dos prazos legais, regra geral, as retenções devem ser entregues até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que foi efetuado o pagamento do rendimento.
Além disso, as entidades pagadoras de rendimentos devem fornecer aos beneficiários dos rendimentos uma declaração anual, discriminando os valores pagos e os impostos retidos, documento que será utilizado, por exemplo, para efeitos da declaração de IRS anual.
O incumprimento das obrigações de retenção e entrega dos valores retidos pode resultar em coimas e penalizações previstas na Lei Geral Tributária (LGT) e no Regime Geral das Infrações Tributárias (RGIT), podendo inclusivamente consubstanciar crime de abuso de confiança fiscal.
Implicações para trabalhadores e empresas
A retenção na fonte tem impactos diretos tanto para os trabalhadores como para as empresas, influenciando a forma como os impostos são pagos e geridos ao longo do ano.
1. Para os trabalhadores
En suma, impacta diretamente o rendimento líquido recebido pelos trabalhadores. É importante perceber que embora a retenção na fonte represente uma antecipação do pagamento de imposto. O valor de imposto devido a título final poderá ser superior ou inferior ao valor de imposto suportado ao longo do ano, pois o cálculo final do mesmo ocorre apenas aquando da entrega da declaração anual de IRS.
Com efeito, caso a retenção tenha sido excessiva, o contribuinte poderá ter direito a um reembolso. Por outro lado, se a retenção foi insuficiente, poderá ter de pagar um valor adicional ao Estado.
2. Para as empresas
As empresas desempenham um papel fundamental no processo, na medida em que o sistema de retenção se apoia essencialmente na capacidade de as empresas reterem e entregarem ao Estado, de forma eficiente e atempada, o valor dos impostos devidos.
As empresas devem ainda garantir a correta aplicação das taxas de retenção para evitar erros que possam causar prejuízos tanto para o Estado como para os trabalhadores.
A retenção na fonte é um instrumento essencial no sistema fiscal português, garantindo a arrecadação eficiente de impostos e prevenindo a evasão fiscal. Para os trabalhadores, representa uma antecipação das suas obrigações fiscais. Enquanto para as empresas impõe responsabilidades adicionais no cumprimento das suas funções como agentes de retenção.
Conhecer as regras e legislação aplicáveis é fundamental para assegurar uma correta aplicação deste mecanismo fiscal, evitando deste modo ficar sujeito a penalidades e gastos desnecessários.