RH e Liderança

Inovar: um ingrediente fundamental nos negócios

Quando se fala em inovar, rapidamente pensamos nas novas tecnologias ou em ideias cheias de criatividade, “fora da caixa” como hoje tanto se diz. Mas inovar é muito mais do que isso. Trata-se de manter a capacidade de não nos conformarmos com o que temos ou com a forma como as coisas são feitas atualmente. É perguntarmos sempre o que é que pode ser alterado na empresa, no departamento ou na função em que estamos que traga melhores resultados.

Esta forma de estar em negócios é uma cultura de empresa que, quando existe, se pode aplicar, desejavelmente, a quase tudo. Seja na relação com clientes seja internamente, na forma de funcionar e trabalhar.

Inovar pressupõe criar valor

Falar em inovação não se pode traduzir em inovar por inovar. Deve fazer-se sempre no pressuposto de criação de valor. Esse valor acrescido pode traduzir-se em maior rentabilidade – fim último de qualquer negócio – ou em tudo o que contribui para esse mesmo objetivo: melhor produtividade, formas novas de fazer as coisas, maior eficiência e poupança de custos, novos produtos, formatos alternativos de relacionamento com os stakeholders ou melhores métodos de trabalho das equipas.

O sucesso de uma medida de inovação, seja ela qual for, não se vai medir pela sua originalidade, mas sim pelo grau de valor que representou para a empresa. Seja esse valor tangível ou não.

Uma verdadeira cultura empresarial

Mudar alguma coisa pode causar resistências, desconforto ou mesmo receio dentro das empresas ou ser visto como algo imposto pelas lideranças e não compreendido. Para que a inovação faça parte do ‘DNA’ de uma empresa deve ser incutida na sua cultura, para que esteja na mente de toda a estrutura e não seja um corpo estranho mas uma verdadeira forma de trabalhar. Uma filosofia que é percebida e assimilada por todos os colaboradores da empresa.

Uma vez que a cultura de inovação não é algo que se estipule por decreto, tem de ser estimulada. Os quadros da empresa devem, se possível, sentir que podem dizer de sua justiça com liberdade e sem represálias, percebendo que as suas ideias e propostas são tidas em conta e são valorizadas e que recebem feedback – positivo ou negativo, claro – das mesmas. Esta forma de gerir recursos humanos resulta noutro nível de envolvimento e compromisso com a empresa e tende a traduzir-se em muito menores resistências por parte dos colaboradores quando for preciso introduzir mudanças e inovações.

Inovar em toda a linha

Inovar é também não ter medo de deixar para trás o que já não faz sentido, seja em que âmbito for. Em relação a produtos e estratégias de mercado, a modelos de negócio, a métodos de trabalho ou à gestão de recursos humanos.

Assim, inovar é, em primeiro lugar, ter uma preocupação constante quanto aos produtos e serviços disponibilizados para perceber se podem ser melhorados, mais diferenciados e com maior valor proporcionado. Depois, pensar se os mercados com quem se trabalha são os certos ou se é preciso abordá-los de outra forma para responder a alterações antecipadas para os mesmos, seja pela entrada de concorrentes ou pelo surgimento de novas necessidades.

Internamente perceber o que se pode aperfeiçoar em termos de fluxos de trabalho, de comunicação interna ou como se pode operar com necessidade de menos recursos financeiros e de tempo. Da mesma forma, perceber que vias mais inovadores há de reter talento, motivar e retirar o máximo valor de cada elemento da equipa. Ou que processos não são eficientes ou precisam de uma atualização.

Das pequenas às grandes mudanças, das mais disruptivas ou mais subtis, é importante ser-se realista e perceber que capacidade têm as equipas de responder, não implementar medidas de inovação tão radicais que depois não sejam implementáveis e saber também aprender com os erros, corrigindo rápida e eficazmente implementações mal sucedidas em vez de insistir nas mesmas quase por mera teimosia.

A inovação é transversal

E deve começar, em primeiro lugar, na postura com que se trabalha ou gere um negócio. Ter um olhar sempre crítico e atento e jamais dar por garantido um mercado, um cliente ou um modelo de negócio é um bom ponto de partida. O mundo muda hoje a cada instante e é nele que teremos de saber vingar.