Estratégia, Legal e Processos

A Fórmula Mágica para tornar as Organizações Competitivas, Sustentáveis e Adaptáveis em qualquer contexto

Existem várias formas de ser competitivo, de atingir a sustentabilidade, de ser inovador, ou de ser conservador e também de lidar com mudanças constantes, sejam locais e/ou globais. Contudo qual a fórmula mágica, se é que ela existe, que permite adequar as organizações a qualquer contexto?   

As organizações, sejam pequenas, médias ou grandes empresas, lidam constantemente com fatores de incerteza provenientes de crises mundiais, tensões geopolíticas ou euforia económica. No atual ambiente de globalização, é factual que os ciclos de crise ou tensões geopolíticas são cada vez mais curtos! Todos os fatores de incerteza, económicos, sociais, tecnológicos ou ambientais, induzem os clientes a mudar o seu comportamento e consequentemente as empresas a adaptarem-se a essas mudanças.  

Desde 2008 existiram crises como:

Crise Financeira e Recessão Global (2008-2009)

Crise da Dívida Soberana na Europa (2010-2012)

Crise da Dívida nos Estados Unidos (2011)

Crise Migratória Oriente Médio e a África para a Europa (2015-2016)

Crise do Brexit (desde 2016)

Crise da COVID-19 (desde 2020)

Crise inflacionista (desde 2022)

E as tensões geopolíticas:

Guerra Civil Síria (2011)

Tensões na Península Coreana (2010)

Tensões no Mar do Sul da China (2010)

Tensões na região do Cáucaso (2014)

Tensões entre Estados Unidos e Rússia (2014)

Tensões entre Arábia Saudita e Irã (2016)

Tensões entre Índia e Paquistão (2019)

Tensões no Mar Egeu (2020)

Guerra Rússia-Ucrânia (desde 2022)

Todas estas crises e tensões têm criado desafios, uns atuais, outros futuros, que é necessário superar, tais como: 1) os custos energéticos (petróleo e eletricidade), 2) a falta de água (secas extremas), 3) a inflação (aumento das taxas de juro), 4) a habitação (falta de habitação e custos), 5) a falta de mão-de-obra especializada (emigração). Estes desafios influenciam o valor a entregar, a rapidez com que se entrega e a qualidade do que se entrega!

“To be effective, you need to be selective.”

Stephen Covey – Escritor

Segundo um estudo elaborado pela Mckinsey: “Muitos líderes empresariais afirmam sentir que as suas organizações não estão preparadas para reagir a futuros choques e disrupções, e que 2 em cada 3 organizações são complexas e ineficientes”, o que torna difícil desenvolver uma organização sustentável e resistente às mudanças externas e ao mundo atual. 

Para tratar a complexidade, as organizações têm de se tornar eficazes, colocar o cliente no centro do pensamento e perceber como se cria valor ao cliente, como se resolvem os problemas dos clientes. É determinante fazer o certo, só assim as organizações são eficazes e para isso e necessário   

  1. Definir metas e objetivos claros, que permitem priorizar e direcionar as ações.
  2. Focar no cliente e na sua satisfação, que permite ter clientes que retornam.
  3. Tomar de decisões baseadas na análise de dados, permite tomar decisões analíticas.
  4. Desenvolver uma cultura de inovação e desenho de soluções criativas.
  5. Acompanhar e analisar as tendências e desenhar cenários de mercado.
  6. Abraçar as mudanças de forma positiva e adequar os produtos/serviços

É importante criar uma cultura de eficácia, entregar ao cliente o que é mais importante para ele, este pensamento torna o processo de priorização das atividades mais simples e claro para todos os colaboradores da organização. Posteriormente e de forma inconsciente a mensagem é passada para o próprio cliente

Empresas como a Johnson & Johnson que é conhecida pela sua eficácia na investigação e desenvolvimento de soluções inovadoras na área farmacêutica; A Netflix é uma empresa conhecida por sua eficácia em oferecer conteúdos originais e personalizados; e a Apple que tem a sua eficácia associada ao design de produtos e à experiência do utilizador. Todas estas organizações sabem para quem e porquê é que estão a desenvolver os seus produtos, este mindset permite-lhes operar em ambientes complexos e estarem sempre adequados ao mercado. 

Contudo, sabe-se que os recursos de operação, produção e gestão são escassos, logo, para que se possa criar sustentabilidade é decisivo que se otimizem fluxos e dependências entre processos, para assim aumentar a produtividade e tornar as organizações eficientes! Há que fazer mais com menos, mantendo a qualidade e para isso devem-se tomar decisões que possibilitem:

  1. Criar fluxos de comunicação claros entre equipas e indivíduos, para que se possa reduzir as dependências e os tempos entre atividades.
  2. Aos colaboradores, desenvolverem todas as competências necessárias para entregar o que lhes é solicitado.
  3. Criar mecanismos de feedback para que se possa saber como os clientes se sentem e assim adequar os processos, os produtos e as entregas.
  4. Monitorar e medir os tempos de produção e entrega (métricas).
  5. Automação de tarefas e adoção de tecnologias eficientes.
  6. Investir e desenvolver uma cultura de inovação e melhoria contínua…ajustar, ajustar, ajustar!

Uma das maiores empresas mundiais na produção de automóveis, a Toyota, é focada na eficiência desde a década 50 do seculo passado! A Toyota desenvolveu o chamado TPS (Toyota Production System), um sistema de melhoria contínua, que adapta os seus processos de acordo com as mudanças do mercado e das necessidades dos clientes.

Para garantir que se é eficiente, é determinante falar, quer na qualidade, quer no desperdício, e como os otimizar. Só diminuindo os gastos desnecessários em toda a cadeia de produção e distribuição é possível aumentar margens e obter vantagens que permitam investir e inovar.

“Efficiency is doing better what is already being done.”

Peter Drucker, Professor de Gestão 

Com base no Toyota Production System os 7 tipos de desperdício que existem e devem ser monitorados, em qualquer organização, são:

  1. Produção excedentária
  2. Transporte
  3. Movimentação das máquinas
  4. Inventário
  5. Defeitos
  6. Espera
  7. Processamento excessivo

Existem tendências mundiais que se focam em inovar para o “Zero”, ou seja criar uma cultura de qualidade e eficiência focada em aspetos de melhoria que permitam reduzir o que possa fazer mal e alcançar os Zero: defeitos, acidentes, emissões de gases, crimes, fatalidades, erros…

O mundo está longe de ser perfeito e utópico e é regra base a adaptação constante ao contexto e por isso existem 3 regras base que levam as organizações a adaptarem-se às crises, às tensões e às mudanças: 1) entregar valor (fazer o que é certo), 2) melhorar o fluxo de trabalho (entregar mais rápido) e 3) entregar com qualidade (fazer bem).

Portanto, se existisse uma “fórmula mágica” para tornar as empresas mais competitivas, focadas nos clientes, sustentáveis, resistentes a crises e tensões, qual seria? 

“Fórmula mágica = Eficácia – Desperdício + Eficiência”

Cada organização é um sistema próprio, a fórmula é simples, o caminho é complexo, um passo de cada vez, uma mudança de cada vez, aplicar e ajustar, persistência e consistência e a Magia (sucesso) será uma consequência!