Como ser ágil e criar valor em mercados voláteis
O mundo e os mercados estão cada vez mais rápidos, mais voláteis, incertos, complexos e mais ambíguos. A globalização e o aumento das relações entre...
O mundo e os mercados estão cada vez mais rápidos, mais voláteis, incertos, complexos e mais ambíguos. A globalização e o aumento das relações entre fornecedores e clientes criaram sistemas complexos, que tornam o desenvolvimento de negócios em processos que necessitam, acima de tudo, de agilidade e adaptação ao meio ambiente.
Diz-se que “A agilidade é a habilidade de mudar a posição do corpo de maneira eficaz. É uma qualidade que se atribui a uma pessoa mediante a qual obtém um controle total de suas partes do corpo, e as pode mover com rapidez e soltura. Dita qualidade atribuem-se-lhe aos desportistas em geral. Requer a integração de habilidades referidas a movimentos individuais, usando uma combinação de equilíbrio, coordenação, velocidade, reflexos, força e resistência.”
Ao nível do desenvolvimento de negócios, é de extrema importância que a organização consiga moldar-se e adaptar-se às necessidades que surgem, com eficácia e agilidade. Queremos que a nossa organização tenha a capacidade de entregar valor como um desportista de alta competição: que tenha o equilíbrio para entregar o que tem em mãos e que consiga dar resposta às novas exigências, que as equipas consigam coordenar-se rapidamente e encontrar os recursos, físicos e humanos necessários, que consigam ter força para resolverem os constrangimentos que surgem constantemente e que tenham a resistência para evoluir ainda que tenham vários obstáculos pela frente.
“A perfeição é alcançada não quando não há nada mais a acrescentar,
mas quando não há nada mais a tirar.”
Antoine de Saint Exupéry – Escritor francês
Num futuro muito próximo, teremos de adaptar os negócios aos mercados, criando produtos/serviços que se adequem à complexidade e impacto das tendências mundiais que têm sido identificadas, tais como:
- Utilização de modelos de Economia circular e modelos “freemium”
- Utilização de Estratégias de eficiência (ex: estratégias de visão Zero)
- Envelhecimento da população
- Urbanização, Megacidades, Smart Cities e Litoralização
- Ciber-segurança, Robotização, Biometria, Big data (analítica avançada), Internet-das-coisas (IoT) e Assistentes digitais
- Descarbonização, Energias renováveis e Aumento da temperatura Global
Para que as organizações estejam preparadas para se adaptarem a este mundo complexo é importante que as organizações sejam de alguma forma ágeis e para isso é necessário que possam adotar, na sua cultura, de uma forma evolutiva, princípios da agilidade, tais como:
1) Dar primazia às interações entre pessoas em vez de utilizar só tecnologia,
2) Ter produtos e serviços que funcionem corretamente e de acordo com o que é solicitado em vez de disponibilizar só manuais e documentação,
3) que exista colaboração com os clientes para desenvolver uma relação de parceria e de feedback rápido em vez de se focarem só em contratos e
4) que se possa priorizar as necessidades e se possa responder à mudança em vez de se utilizar só um plano e não se mudar.
ESTUDO SAGE E CIO DA IDG
Os distribuidores estão a modernizar-se para ultrapassar uma série de desafios.
Criar mudanças de forma leve, evolutiva e incuti-las no dia-a-dia das organizações levam a que se consiga incentivar a inovação, aumentar os níveis de comunicação, reduzir o desperdício e criar um diferencial competitivo.
Quando damos primazia à comunicação e colaboração entre pessoas, elas sentem liberdade para criar, contribuir, sugerir novas formas de abordar os desafios que se enfrenta, diminuindo ruídos e aproximando pessoas. Como consequência deste ambiente mais colaborativo, as pessoas sentem-se úteis para a organização, estimulando a vontade de se desenvolverem, o que cria o ambiente ideal para níveis de produtividade elevados.
Este tipo de cultura favorece a cooperação e comunicação não só entre pessoas, mas também entre equipas o que permite que se consiga entregar aos clientes produtos de forma mais rápida. Logo, quando conseguimos comunicar de uma forma mais direta e com menos ruído, a quantidade de recursos desperdiçados reduz consideravelmente. Quando os processos são transparentes e inclusivos, permitem que as pessoas entendam melhor o que têm a fazer e quais as suas responsabilidades, isso reduz o número de desentendimentos, tarefas repetidas e beneficia o desenvolvimento de uma cultura ágil e mais competitiva.
“Rather than wishing for change, you first must be prepared to change.”
Catherine Pulsifer – Escritora
Acima de tudo, numa organização preparada para a mudança, a tomada de decisão deve estar sempre de acordo com os objetivos do cliente. Os clientes pagam pelo resultado que lhes simplifica a vida e que resolve os problemas e não por um plano elaborado que nunca vai sair do papel ou que chegará tardiamente às suas mãos.
Para que se consiga implementar e criar agilidade na organização existem princípios que não devem ser descurados, tais como:
- A Satisfação do cliente: A prioridade das organizações é a satisfação do cliente através da entrega continuada de valor (resolução de problemas e satisfação de necessidades).
- Mudança: as mudanças de necessidades são bem-vindas, mesmo que o produto já esteja em fase de desenvolvimento.
- Prazos curtos: Entregar valor acrescentado com frequência e em prazos curtos, permite adequar as entregas ao risco e minimizar o desenvolvimento de produtos inadequados.
- Trabalhar colaborativamente: criar equipas multidisciplinares, gestores, comerciais, distribuidores e operativos que trabalhem em conjunto, diariamente, durante todo o curso do projeto.
- Motivação e suporte: criar um ambiente que permita ter colaboradores motivados e com os recursos necessários para entregarem valor a curto prazo.
- Criar condições para que as pessoas possam comunicar presencialmente e desenvolver os projetos em conjunto: esse é o método mais eficiente de transmitir informações tanto externas como internas.
- Apresentar continuamente funcionalidades ou produtos novos aos clientes é uma das medidas iniciais de progresso.
- Equipas que têm recursos humanos e físicos constantes e com poucas mudanças, promovem uma velocidade e entrega constante.
- Deve-se ter atenção aos aspetos de melhoria contínua e procurar padrões altos de qualidade, tecnologia e design: A atenção continua à excelência e ao bom design aumenta a agilidade, a performance das equipas e a criação de valor para o cliente.
- Simplicidade: Fazer algo simples é extremamente difícil, e passa por maximizar a quantidade de trabalho que não necessita de ser feito para elaborar um produto com alto padrão de qualidade.
- Criar condições base para que as equipas sejam autónomas e auto-organizadas, que consigam resolver o maior número possível de obstáculos e desafios.
- As equipas devem ter momentos para efetuar uma retrospetiva sobre o trabalho desenvolvido, como foi feito, quais os problemas que ocorreram e como podem fazer melhor.
Criar uma cultura ágil com pessoas que estejam preparadas para a mudança constante não é fácil, nem simples. Certamente, hoje em dia, é uma necessidade e não uma mais-valia. Empresas que estimulem a colaboração, a inovação, a melhoria contínua, a eficiência, a entrega de valor constante e a proximidade com o cliente, estão mais próximas de alcançar o sucesso num mundo tão complexo e volátil.