Tecnologia aliada à Internet-of-Things para aumentar a produção e diminuir os custos na agricultura
Estima-se que a população mundial em 2050 esteja próximo dos 10 mil milhões de pessoas. A tecnologia e IoT será um auxílio à produção de alimentos....
Estima-se que a população mundial, em 2050, esteja próximo dos 10 mil milhões de pessoas. Um crescimento de 33% face aos 7,5 mil milhões que atualmente vivem na Terra. Este fato antevê consequências que pressionam a sustentabilidade do planeta e que devem ser consideradas em todas as decisões políticas, económicas e sociais. Para minimizarmos as consequências negativas e a pressão que o aumento da população coloca nas nossas decisões, temos de utilizar a tecnologia e a inovação a nosso favor de nodo a otimizar e tornar eficiente a produção alimentar (agricultura), a indústria e a respetiva distribuição de alimentos e bens.
A Internet-of-Things é um conceito com muita potencialidade e disruptivo face às tecnologias do passado, pode influenciar a forma de monitorar, gerir e automatizar processos, tornando-os mais eficientes. Normalmente são plataformas de conetividade e baixo consumo energético que integram sensores, sistemas de comunicação, software de análise e processamento de dados e interfaces com o utilizador final. Em suma permitem-nos monitorar, gerir e tomar decisões relativamente ao meio que nos envolve.
A pressão sobre a agricultura vai fazer sentir-se com a necessidade de produzir cada vez mais alimentos, isso trará consequências ao nível da sustentabilidade ambiental nomeadamente com: 1) o aumento da utilização de água, 2) o aumento de energia e 3) com o aumento de gases poluidores na atmosfera.
A internet of things e a evolução da tecnologia irá permitir a indústria agrícola tornar-se mais eficiente na utilização de recursos naturais para a produção de alimentos. Os sensores auxiliam os agricultores a tomarem decisões informadas através da monitorização do meio ambiente e da aplicação estritamente necessária de sementes, água, fertilizantes, pesticidas, alimentos, iluminação, entre outros, e desta forma será possível criar mais alimentos, com mais qualidade, utilizando menos recursos e consequentemente reduzindo os custos de produção.
“Everything that can be automated will be automated”
Robert Cannon, Internet Law and Policy Expert
Podemos chamar a esta nova era, de Agricultura de precisão, onde o agricultor pode avaliar os vários parâmetros operacionais do meio ambiente, dos seus recursos e também dos seus produtos e animais e tomar decisões que aumentem a qualidade dos seus produtos e diminuam tanto custos como a pegada ecológica.
As aplicações práticas na agricultura estendem-se às seguintes áreas:
Laticínios: sensores aplicados nos animais permitem retirar indicadores relacionados com a saúde animal, aumentando a sua esperança média de vida e consequentemente a qualidade do leite que produz. Além disso, a IoT permite aos produtores terem um processo de medicina animal preventiva que a longo prazo aumenta a qualidade do produto e diminui os custos com a saúde dos animais. Para além dos animais, também no armazenamento e distribuição leite, produtos como o Milk Tank Alert ou o Alcona Milk Guard permitem monitorar a temperatura, a limpeza e qualidade do leite armazenado.
Gado: a aplicação dos sensores nos animais mais uma vez permitem a monitorização da sua saúde, reduzindo a taxa de mortalidade precoce dos animais. Estes indicadores permitam criar um processo de alimentação eficiente, reduzindo os custos com os recursos, e, aumentando a qualidade da carne produzida. Além disso, é possível colocar sensores de geo-localização que permite saber a todo o momento onde os animais se encontram.
Previsão das condições climatéricas: a monitorização das condições climatéricas é uma atividade importante para a produção de alimentos. Apesar da imprevisibilidade das condições climatéricas, atualmente, os sensores conseguem medir em tempo real fatores como: 1) temperatura, 2) humidade no ar, 3) humidade da terra, 4) vento, 5) precipitação entre outros. Na Austrália, os agricultores utilizam soluções como o GoRain e GoTank que utilizam satélites para transmitirem níveis de água, sabendo assim se irá chover. Em consequência, é possível parar o sistema de irrigação, diminuindo custos e protegendo os solos para que estes não fiquem com água em excesso.
Automação de estufas: é agora uma realidade, com a IoT e os seus sensores, é possível obter dados em tempo real sobre as condições da estufa: temperatura, humidade, qualidade do solo, humidade das próprias plantas. Esta monitorização permite que se criem processos automáticos que modifiquem as condições dentro da estufa tendo em conta os produtos que se estão a produzir a evolução que estes estão a ter.
Armazenamento de grãos: o armazenamento de grãos é essencial no abastecimento da produção agrícola, saber as condições do contentor é determinante para o correto acondicionamento e duração dos produtos. Através dos sensores podemos perceber qual o nível de enchimento do contentor, bem como manter a iluminação, temperatura e a humidade estável seja verão ou inverno.
Drones: nos dias atuais, os drones são companheiros essenciais dos agricultores, uma vez que permitem monitorar extensões enormes de terra e a partir de aí criar imagens em 3d para que se possa analisar de forma precisa as propriedades do solo e em consequência criar planos padronizados de plantio de sementes ou irrigação do solo. Há quem consiga utilizar os drones para lançar as semente e com isso reduzir os custos de plantio. Devido à sua precisão ao nível da altitude, os drones, são também utilizados para pulverizar os solos, este é um método muito eficaz e rápido face a outros métodos mais tradicionais. Phantom 4 Pro é um drone que permite até 30 minutos de voo e um controlo até 7km de distancia.
Indústria Alimentar
A Transformação Digital na Indústria Alimentar e das Bebidas – Estudo IDC
Para se produzir mais e com uma qualidade superior, não basta aumentar o número de hectares é preciso utilizar práticas de agricultura modera que passam por 1) utilizar sementes de alto rendimento, 2) aplicar práticas adequadas de irrigação, 3) utilizar pesticidas de alta qualidade, 4) aplicar fertilizantes adequados ao plantio e 5) efetuar uma correta rotação de colheitas. Cada uma destas técnicas por si só tornam a produção mais eficiente.
As sementes de alto rendimento permite ao agricultor obter uma quantidade superior de produto em comparação com as sementes tradicionais. Além disso, as suas características aproveitam melhor a irrigação da água, contudo, são muito sensíveis e por esse motivo pode tornar mais difícil o processo de produção. Por isso são essenciais práticas adequadas de irrigação, fertilização e pesticidas. Já a rotação de colheitas permite plantar diferentes tipos de cultura no mesmo solo, assim a terra recupera os nutrientes que foram removidos por culturas anteriores.
A utilização da internet-of-things na agricultura é essencial e veio para ficar. Tal como hoje em dia qualquer colaborador de uma empresa de serviços tem um computador, na agricultura, qualquer agricultor terá sensores e utilizará aplicações de gestão das suas terras para que possa tornar a produção mais eficiente e em consequência diminuir a pressão ecológica e climática.
A internet-of-things não é uma moda, é uma tendência, é uma necessidade, não só de uma indústria ou outra mas sim da humanidade.
Inteligência Artificial
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