Tome nota dos principais indicadores financeiros para controlar a sua empresa.
Os indicadores financeiros ou rácios, popularmente conhecidos no mundo financeiro como KPI (Key Performance Indicators), são fundamentais para o controlo de qualquer negócio.
Os indicadores financeiros ou rácios, popularmente conhecidos no mundo financeiro como KPI (Key Performance Indicators), são fundamentais para o controlo de qualquer negócio.
- Explicamos o que são indicadores financeiros e a sua importância para facilitar o controlo do seu negócio.
- Conheça os principais indicadores financeiros ou rácios que o ajudarão a controlar a sua empresa.
Conteúdo do artigo
- O que são indicadores financeiros ou KPIs financeiros?
- Fundo de maneio ou rácio de liquidez
- Rácio de fluxo de caixa ou rácio de liquidez imediata (RT)
- Rácio de autonomia financeira (RAF)
- Prazo médio de cobrança
- Prazo médio de pagamento
- Rentabilidade económica
- Rentabilidade financeira
- Ponto de equilíbrio
Graças aos indicadores financeiros, será possível analisar as demonstrações financeiras da empresa para um determinado período. Esta análise permitirá a realização de um diagnóstico financeiro, que permitirá fazer o seguinte:
- Conhecer os pontos fortes e fracos financeiros da empresa.
- Otimizar os seus recursos financeiros.
- Medir a realização dos objetivos.
É aconselhável transferir os principais indicadores financeiros para um quadro de comando ou dashboard, para fácil consulta por parte dos gestores da empresa.
1) O que são indicadores financeiros ou KPIs financeiros?
Os indicadores financeiros permitem-lhe controlar as demonstrações financeiras da sua empresa. Graças a eles, poderá saber a todo o momento qual é a sua situação financeira e detetar se existem desvios em relação aos objetivos definidos pela empresa para cada indicador.
Para cumprir o seu objetivo, os indicadores financeiros devem satisfazer três características:
- Devem ser mensuráveis. Por outras palavras, devem ser expressas em forma numérica.
- Devem ser relevantes. A qualidade dos indicadores é mais importante do que a quantidade. Os indicadores devem ser úteis para a tomada de decisões, por isso é melhor ter poucos e bons indicadores do que muitos e perder-se num emaranhado de indicadores que não facilitam a tomada de decisões.
- Devem ser comparáveis. Devem ser comparáveis com outros períodos ou dentro do mesmo período com outras empresas do sector.
Abaixo, revelamos os indicadores financeiros mais relevantes que todas as empresas devem ter em consideração:
2) Fundo de maneio ou rácio de liquidez
O fundo de maneio mede a capacidade de uma empresa para satisfazer os seus pagamentos a curto prazo. E, por sua vez, poder fazer investimentos ou aquisições próprias de qualquer atividade comercial.
A proporção utilizada é a seguinte:
FM=Ativo corrente / Passivo corrente
O ativo corrente consiste em inventários, dinheiro, créditos a curto prazo e, em geral, qualquer ativo líquido. Os passivos correntes compreendem obrigações de pagamento a curto prazo, ou seja, as que se vencem em menos de um ano.
- O seu resultado deve ser superior a um, uma vez que existe uma parte do ativo corrente (como o stock de segurança ou o saldo mínimo necessário disponível) que, devido à sua importância no processo de produção, deve ser financiado com capital permanente. Em qualquer caso, a sua análise só por si pode ser enganadora porque pode haver empresas solventes com um rácio inferior a um.
- Um fundo de maneio inferior a um significa, na maioria dos casos, que a empresa está a passar por dificuldades. Nesta situação, parte do ativo não corrente seria financiado com passivos correntes, o que aumenta a probabilidade de entrar em processos de insolvência, uma vez que a empresa não seria capaz de satisfazer as suas dívidas a curto prazo com o seu ativo mais líquido (ativo corrente).
3) Rácio de fluxo de caixa ou rácio de liquidez imediata (RT)
Mede as possibilidades de cumprir as obrigações de pagamento a curto prazo. É calculado da seguinte forma:
RT= Ativo disponível (caixa e investimentos financeiros a curto prazo) + Ativo circulante / Passivo corrente
O seu valor ótimo situa-se entre 0,1 e 0,3. Acima de 0,3, o excesso de liquidez da empresa pode afetar a sua rentabilidade. Este é um rácio que mede a situação financeira a muito curto prazo, uma vez que inclui entre os elementos ativos apenas os que já estão disponíveis ou que apenas requerem que a última fase do ciclo operacional (cobrança) seja transformada em dinheiro.
4) Rácio de autonomia financeira (RAF)
Este rácio relaciona o património líquido com o total das dívidas, e fornece informações sobre a composição estrutural das fontes de financiamento. O rácio mede a autonomia ou independência financeira e tenta saber qual é o nível ótimo de endividamento de uma empresa. A fórmula é a seguinte:
RAF = Património líquido / Fundos emprestados
Mede o número de dias necessários para cobrar aos clientes. É definido pelo rácio entre as contas a receber no final de um determinado prazo e as vendas diárias desse período. Um prazo de cobrança muito longo implica um volume de recursos imobilizados que precisam de ser financiados.
Este rácio é calculado da seguinte forma:
Prazo médio de cobrança = Contas a receber (com IVA) / Vendas x 365 dias.
Se o sector em que o rácio é aplicado for altamente sazonal, deve ser calculado por períodos, a fim de obter informação tão objetiva quanto possível. Quanto maior for o valor deste rácio, mais recursos indisponíveis a empresa tem.
Mede o número de dias necessários para pagar aos fornecedores. É calculado com a seguinte fórmula:
Prazo médio de pagamento = Contas a pagar (com IVA) / Compras x 365 dias.
Quanto mais alto for o valor desta relação, mais tempo demora a pagar aos fornecedores, o que revela que a empresa está a ser financiada por eles.
Mede a capacidade do ativo para gerar lucro. Independentemente da composição da estrutura financeira da empresa. Também pode ser definido como a rentabilidade dos ativos, ou o lucro que estes geraram por cada euro investido na empresa.
É obtido a partir da seguinte fórmula:
RAI = Rendimento Antes de Juros e Impostos / Ativo Total
Mede a capacidade da empresa para remunerar os seus acionistas. Representa o custo de oportunidade dos fundos mantidos na empresa, em comparação com o custo do dinheiro ou investimentos alternativos. Relaciona o lucro económico com os recursos necessários para a obtenção desse lucro.
É calculado da seguinte forma:
ROE = Lucro líquido após impostos / Capital próprio
O ponto de equilíbrio, também conhecido pelo seu anglicismo break even, é o nível de vendas necessário para cobrir os custos totais de uma empresa. Por outras palavras, o nível de receitas que cobre os custos fixos e os custos variáveis.
O seu cálculo permite determinar a solvabilidade de uma empresa e o seu nível de rentabilidade. No ponto de equilíbrio, o lucro é igual a zero. Por outras palavras, a empresa não ganha dinheiro, mas também não perde dinheiro.
A seguinte fórmula é utilizada para calcular o número de unidades que precisamos de vender para que o lucro seja igual a zero:
Qc = CF / (PVu – CVu)
Onde:
- Qc = ponto de equilíbrio.
- CF = custos fixos. São os custos do seu negócio, independentemente de ter ou não vendas. São o aluguer das instalações, os salários dos seus empregados, a sua prestação à Segurança Social, o custo dos fornecimentos (eletricidade, água, gás) e outros pagamentos mensais (seguros, consultoria).
- PVu = Preço de venda unitário do produto. É o preço dos produtos vendidos pela empresa.
- CVu = Custo variável unitário. Este é o custo unitário dos produtos vendidos.
O ponto de equilíbrio, além de determinar o volume mínimo de vendas que a empresa deve fazer para não perder ou ganhar, serve também para avaliar a rentabilidade das diferentes linhas de produção, bem como para poder planeá-la.
Saber o nível a partir do qual o seu negócio começa a ganhar dinheiro pode ajudá-lo a:
- Fixar preços.
- Tomar decisões.
- Criar simulações do que acontece se os volumes de produção mudarem.
- Saber quando é que um negócio se tornará rentável.
- Etc.
Portanto, os indicadores financeiros ou rácios contabilísticos são fundamentais para a tomada de decisões. Mas é também essencial ter em conta o sector e o tipo de empresa, pois, por exemplo, existem empresas que podem funcionar normalmente com um fundo de maneio negativo.