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A reestruturação do setor da distribuição pós-crise pandémica – Estudo Sage e IDG

A conjuntura atual apresenta desafios colossais para as empresas de distribuição em todo o mundo, e o futuro é mais incerto que nunca. Da crise de saúde global até aos ciberataques, alterações climáticas, mudanças políticas e medidas protecionistas, os distribuidores estão plenamente conscientes de que precisam de ser resilientes e dar resposta à mudança.

Numa pesquisa global realizada em parceria entre a Sage e a IDG, entre outubro e novembro de 2020, ficaram claras as preocupações, os drivers e práticas de negócio, as expetativas e áreas de investimento das empresas de distribuição em todo o mundo. Foram inquiridos 652 Diretores/líderes empresariais e tecnológicos C-Level de empresas com 50 a 4999 funcionários em todo o mundo.

Os desafios comuns

O setor da distribuição não é o único a ter de lidar com um dos períodos mais desafiantes da história recente.

No entanto, devido à natureza do setor, que se centra no fornecimento de bens e meios para ligar a oferta à procura, os distribuidores operam precisamente na linha da frente da mudança. Assim, os desafios mais comuns que os distribuidores assinalaram neste estudo são as forças externas que incluem os recentes acontecimentos mundiais, as perturbações da cadeia logística, o aumento dos custos e a consequente erosão das margens de lucro.

A transformação digital enquanto driver de benefícios e resultados

Cerca de oito em cada dez distribuidores possui atualmente uma estratégia de transformação digital. Entre os principais benefícios da transformação digital estão a redução de custos, a segurança dos dados e a rapidez de entrega. Outros benefícios que os líderes empresariais mencionaram são o aumento das capacidades de e-commerce, aumento das receitas, melhor gestão de inventário, melhor processamento de salários e capacidade de análise de dados em tempo real.

Estes resultados condizem com as previsões da IDC relativamente à evolução dos gastos com a transformação digital: em comparação com a previsão da IDC antes da COVID-19, a taxa de crescimento a cinco anos para a despesa na transformação digital diminuiu menos de dois pontos percentuais, ou seja, manteve-se em linha com o esperado, apesar do contexto pandémico desfavorável.

 

ESTUDO SAGE E CIO DA IDG

Os distribuidores estão a modernizar-se para ultrapassar uma série de desafios.

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Maior adesão à cloud e a estratégias e inovações emergentes

Entre as tecnologias e inovações estudadas, as que apresentam os mais altos níveis de adoção são a cloud, a Automação Robótica de Processos (RPA) e a Internet das Coisas (IoT).

A maioria dos distribuidores implementou aplicações de gestão baseadas na cloud, estando a América do Norte mais adiantada em relação a outras regiões em termos de adoção de aplicações em cloud. Com efeito, a maioria dos distribuidores está agora a executar as principais aplicações de gestão em cloud públicas, operadas por fornecedores terceiros, ou infraestruturas privadas de cloud dedicadas. Isto apesar de cerca de dois terços considerar um desafio a implementação de aplicações em cloud nas suas operações de distribuição.

Entre as vantagens da mudança para a cloud citadas pelas empresas que o planeiam fazer, encontram-se o facto de a sua infraestrutura de TI atual ter uma gestão dispendiosa (50%), ter uma gestão demorada (50%) ou já não suportar todos os requisitos da atividade (33%). Um terço dos inquiridos afirmou que o seu software precisa de suportar o trabalho flexível.

Cerca de nove em cada dez referem ainda que a implementação de novas tecnologias e inovações nas operações de distribuição é desafiante. Em particular, as empresas sentem que lhes falta experiência, conhecimentos e competências, ou que os custos ultrapassam o retorno do investimento.

 

Estudo Forrester

Segundo este estudo, o ERP Sage X3 apresenta um ROI de 213%, com uma recuperação de investimento de apenas 6 meses.

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Gerente de armazém ao computador, a rever despachos de encomendas, stock e outros.

 

Aposta na economia circular

Cerca de três em cada quatro distribuidores adotaram uma estratégia de economia circular. As principais motivações são a redução da pegada de carbono e as preocupações ambientais.

Para enfrentar estes desafios, os três maiores esforços de sustentabilidade concentram-se na reciclagem de produtos e logística inversa, logística interna com zero/baixas emissões e cadeia de abastecimento interna com zero/baixas emissões.

De facto, a popularidade dos modelos empresariais de economia circular está a crescer e é provável que se tornem mais comuns no futuro. Com efeito, a empresa de análise Gartner prevê que a economia circular será a única economia até 2029, substituindo as economias lineares que produzem desperdício. A Gartner afirma que isto se deve à mudança das preferências dos consumidores e acionistas pela sustentabilidade, uma tendência claramente atual.

 

Introdução da servitização, enquanto fator de transformação

Mais de metade dos distribuidores procuram uma estratégia de servitização, em especial para poderem oferecer financiamento e serviços de dados aos seus clientes. O financiamento é o elemento mais comum da servitização, seguido pelos serviços de dados, personalização dos produtos e gestão de inventário.

A servitização – oferecer aos clientes serviços e soluções adicionais associados às principais atividades de distribuição – pode ajudar a apoiar a Agenda Ecológica, oferecendo aos clientes serviços relacionados com a eficiência de recursos.

As infraestruturas, plataformas e ferramentas digitais estão a desempenhar um enorme papel na sua preparação para fazer face às mudanças atuais e futuras. Aplicações empresariais baseadas na cloud, tais como ERP, CRM e BI, melhoradas com tecnologias emergentes como IA, ML, análise de dados, IoT e RPA, estão a ajudar as empresas a reconfigurar e a modernizar as suas operações. Juntas, estão a permitir cadeias de abastecimento proativas e ágeis, maior automatização, processos empresariais e de e-commerce impulsionados por dados, práticas de economia circular e melhor gestão de custos.

Existirão sempre novos obstáculos a ultrapassar e a estrada da transformação digital e da economia circular pode ser longa. Mas é uma estrada na qual muitos distribuidores já fizeram grandes avanços, e quem chegou mais tarde está a recuperar rapidamente. As tecnologias e inovações estão lá; o desafio passa por saber como tirar o melhor partido delas, para se adaptarem, sobreviverem e prosperarem.