Como organizar as finanças do seu negócio e evitar problemas de liquidez
Aprenda a organizar as finanças do seu negócio com as melhores práticas de organização financeira e garanta a sustentabilidade da sua empresa.

A organização financeira é essencial para o sucesso de qualquer negócio. Descubra as melhores práticas para gerir as finanças do seu negócio e evitar problemas de liquidez financeira.
- Apresentamos os principais riscos financeiros que podem afetar a sua empresa, desde riscos económicos e legais até riscos de tesouraria.
- Exploramos o conceito de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e mostramos como esta métrica pode ajudar a avaliar a saúde financeira da empresa.
Na gestão de qualquer negócio, uma organização financeira eficiente é fundamental para identificar os riscos relevantes e definir medidas adequadas para a sua mitigação.
O risco pode ser definido como a probabilidade de um acontecimento futuro incerto poder causar um dano à entidade e a mitigação tem a ver com a sua redução a um nível aceitável.
Os riscos podem surgir de naturezas diversas, como por exemplo:
- Económico: não atingir os resultados pretendidos.
- Financeiro: Falhas na organização financeira que resultam na incapacidade de cumprir os compromissos financeiros de curto e longo prazos, de não conseguir financiar as atividades, cambial, de taxa de juro.
- Legal (“compliance”): incumprimento de disposições legais como as fiscais, contributivas ou outras.
- Ambiental: danos provocados no ambiente.
- Tecnológico: perda de eficiência na tecnologia usada ou perda de competitividade na tecnologia comercializada.
COMPARTILHA! Descubra como organizar as finanças do seu negócio, melhorar o fluxo de caixa e garantir a sustentabilidade financeira.
CONTEÚDO DO POST
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Risco económico: O papel da organização financeira na sua empresa
Do ponto de vista económico, a empresa deverá ser capaz de gerar resultados positivos na sua atividade. Sendo um dos seus indicadores mais relevantes do EBITDA (“Earnings before interest, taxes, depreciation & amortization”), ou seja, a capacidade de a empresa ganhar dinheiro com o seu negócio, sem ter ainda em consideração o custo do investimento, do financiamento por recurso a capitais alheios e os impostos sobre o rendimento do período.
Por exemplo, uma empresa que desenvolve o negócio de comercialização de determinados produtos com a seguinte demonstração de EBITDA, para o 1.º trimestre do ano:

Verifica-se, com os dados apresentados, que a empresa apresenta um resultado positivo do seu negócio em cada um dos meses do trimestre, num total de 4.300 para o trimestre.
Contudo, deverá ter em consideração outros gastos como:
- O custo do investimento (depreciações e amortizações).
- O financiamento por recurso a capitais alheios (juros, comissões, imposto de selo, despesas administrativas).
- O imposto sobre o período (IRC, Tributação Autónoma, Derrama Municipal e Derrama Estadual).
O risco de tesouraria
Para além da necessidade de obter resultados económicos positivos, uma boa organização financeira é essencial, pois vender não significa receber e comprar não significa pagar.
Supondo que a empresa recebe dos seus clientes nas seguintes condições:
- 10 % a pronto pagamento (vendas a dinheiro).
- 40 % a 30 dias.
- 45 % a 60 dias.
- 5 % são considerados incobráveis, o risco identificado por concessão de crédito.
Os recebimentos do período

Ou seja, o fluxo financeiro não acompanha o fluxo económico no mesmo período. A empresa vende um total de 115.000, mas recebe apenas uma quantia de 90.500 no trimestre.
Quanto às compras, e considerando que a empresa não acumula stock e que os prazos de pagamento aos seus fornecedores são os seguintes:
- 60 % a pronto pagamento.
- 40 % a 30 dias.
Considerando ainda que, no que respeita ao pessoal, aos fornecimentos e serviços externos e outros gastos são pagos no mesmo período, e o IVA (a uma taxa de 23 %) é pago no 2.º mês seguinte (periodicidade mensal) os pagamentos seriam os seguintes:

Assim, os gastos do período seriam apurados num total de 110.700 (sem contar com gastos de financiamento), mas os pagamentos do mesmo período seriam bem de 135.667.
Ou seja, a empresa apura um saldo operacional de tesouraria negativo em cada um dos meses, num total de 45.167, embora, do ponto de vista económico apresente um resultado positivo no mesmo período.

Para evitar esta situação negativa, a empresa deverá ter em consideração que o aumento do volume de negócios. Com défice entre prazo de recebimentos dos clientes e prazo de pagamento aos fornecedores gera uma insuficiência de tesouraria operacional crescente.
Boas práticas de organização financeira para a sua empresa
- Não conceder crédito aos clientes que não tenha segurança de recebimento. Em alternativa deverá considerar margens que compensem o risco de incobráveis;
- Após a concessão do crédito, não permitir o deslizamento no prazo de recebimentos acordados, o que implica a implementação e gestão de políticas de cobrança eficientes;
- Equilibrar o prazo de recebimentos com o prazo de pagamento aos fornecedores. Há que considerar que nas empresas de serviços os fornecedores principais são o pessoal, que recebe no próprio mês;
- Não formar stock que não seja absolutamente necessário para cumprir o calendário de produção ou de vendas. Eventualmente o stock poderá ser uma oportunidade de preço ou de disponibilidade, mas as margens devem ser capazes de suportar o encargo financeiro subjacente.
- Implementar uma organização financeira eficiente para garantir que o fluxo de caixa esteja sempre equilibrado
As necessidades de investimento e o financiamento
Considerando adicionalmente que a empresa tem necessidade de realizar investimentos no mesmo período, deverá ser assegurado um financiamento apropriado para o período de recuperação do investimento (não corrente), com produtos financeiros de prazos equivalentes como o recurso ao leasing ou empréstimos de médio/longo prazo.
Para cobertura do défice corrente, a empresa deverá assegurar fontes de financiamento como as contas correntes, o “factoring” como forma de antecipação dos recebimentos dos clientes, há a considerar o custo financeiro inerente, ou o “confirming”.
Para o caso da gestão de pagamentos a fornecedores, que poderá também servir de forma de negociação de condições mais favoráveis com os fornecedores, ou produtos equivalentes de gestão corrente de tesouraria.
Para além de ganhar dinheiro com o negócio, é fundamental assegurar uma boa organização financeira e uma gestão de tesouraria eficaz.