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Será o ERP a chave do sucesso pós-COVID-19?

A COVID-19 mudou o mundo. A incerteza permanece, com muitos países a regressarem a diferentes formas de confinamento. As nossas vidas e a economia serão muito diferentes quando o mundo reabrir e isso afetará a forma como trabalhamos, os processos nucleares da atividade empresarial e as atividades do dia-a-dia.

Desde os anos de 1960 que as empresas usam o Planeamento de Recursos Empresariais (ERP) para alinharem os seus processos empresariais: desde a contabilidade às aquisições, à gestão dos recursos humanos, à gestão da legislação e da conformidade.

O ERP é uma forma de reunir dados: de desbloquear as eficiências para melhorar a colaboração, aumentar o trabalho em equipa e atingir lucros significativos. O ERP é o sistema nervoso do corpo digital, que liga os sistemas para criar mais valor durante mais tempo.

Para criar informação crítica, o ERP é o ponto de entrada mais claro para as novas tecnologias, como a Internet das Coisas, que acrescentam novas bases de dados à produção.

Como explicaremos neste artigo, o ERP pode contribuir decisivamente para a resiliência e reinvenção do seu negócio.

6 formas de o ERP ajudar os processos de produção pós-COVID

1. O ERP cria cadeias de fornecimento flexíveis

As cadeias de fornecimento flexíveis podem ajudá-lo a gerir desafios como estes com recurso a dados externos para melhorar as previsões sobre a procura e o fornecimento. As empresas devem também ponderar expandir e alargar o ecossistema de fornecimento.

Michael Larner, o analista principal da ABI Research, afirma: «Para atenuar os riscos inerentes às cadeias de fornecimento, os fabricantes devem não só evitar depender de um só fornecedor mas também, como a COVID-19 deixou claro, não devem depender de uma só localização geográfica.»*

Essa complexidade, e a necessidade de orquestrar mais fornecedores para alimentarem um cenário de procura mais imprevisível, leva a ABI Research a prever que o custo com o ERP dos fabricantes aumentará em 14 mil milhões de dólares até 2024.

Para muitas empresas, a altura para criar uma cadeia de fornecimento digital e para se tornar um produtor inteligente da Indústria 4.0 é esta. Com a cloud, pode tirar partido da visibilidade em tempo real, que é um verdadeiro ativo no que se refere à gestão de cadeias de fornecimento.

Isto ajuda as empresas a compreender os padrões climáticos (que podem ser afetados de forma mais severa pelas alterações climáticas) e as razões que explicam os problemas e os atrasos dos fornecedores. Pode alimentar um processo de tomada de decisões em tempo real. E, claro, as cadeias de fornecimento beneficiam do aumento das eficiências e da menor dependência de processos manuais.

2. A rastreabilidade conduz à resiliência das cadeias de fornecimento

Se as redes de fornecimento respondem por metade da resiliência das cadeias de fornecimento, a rastreabilidade responde pela outra metade.

Na indústria alimentar e das bebidas, por exemplo, a COVID-19 forçou os fabricantes a adotarem tecnologia que prove que os seus produtos são seguros.

Mesmo antes da pandemia, a Food and Drug Administration americana (o regulador nesta área) deixou claro que a rastreabilidade era um ponto essencial da nova legislação relativa à modernização da segurança alimentar. Esta legislação pede aos produtores alimentares e de bebidas que usem as novas tecnologias para rastrear os produtos e os fornecedores digitalmente, em vez de continuarem a depender do papel.

Como a Cleantech reportou: «A rastreabilidade dos produtos e da sua origem é a pedra angular da resiliência da cadeia de fornecimento. Rastrear o que acontece a um produto ao longo de todos os pontos da cadeia alimentar é o primeiro passo para a resolução de problemas de sustentabilidade, de não-conformidade e de risco.»**

A COVID-19 acelerou o interesse nas tecnologias digitais, à medida que se tornou mais difícil levar a cabo os tradicionais processos de auditoria e de verificação alimentar por terceiros presencialmente. Com muitos consumidores a comerem em casa, em vez de irem a restaurantes, há uma pressão acrescida sobre os fabricantes para disponibilizarem produtos alimentares seguros diretamente aos consumidores.

Em geral, apesar da tendência para a deslocação da produção para território nacional, poucos setores poderão dizer, com referência a cadeias de fornecimento cada vez mais variadas, que são capazes de rastrear todos os componentes de um produto sem assistência digital.

À medida que ideias como a da independência do fornecimento alimentar e da distância percorrida pelos alimentos se tornam um tema político quente (bem como uma prioridade para os consumidores), os fabricantes por processo, em particular, precisarão do ERP para controlarem os registos relativos à proveniência e à rastreabilidade.

3. O ERP e o distanciamento social no trabalho

A COVID-19 trouxe o trabalho remoto para a primeira linha dos processos e do planeamento empresariais, com as empresas que não estão tradicionalmente associadas com o trabalho remoto, como as empresas de manufatura, a serem forçadas a recorrer ao trabalho remoto e à tecnologia de colaboração relevante.

Os ERP de nova geração está no centro da reinvenção do trabalho, permitindo que muito do trabalho que antes tinha de ser feito na empresa possa agora ser feito remotamente.

O ERP dá aos funcionários remotos acesso à informação de que precisam, independentemente de onde estiverem. Permite que os trabalhadores que não estejam na fábrica possam operar remotamente, com toda a informação de que precisam para tomar decisões em tempo real.

Nas instalações, liberta os trabalhares e permite-lhes operar com flexibilidade – e, como tal, com distanciamento – com recurso a scanners portáteis para processar materiais. O ERP permite que diferentes departamentos da produção comuniquem entre si porque estarão a usar uma versão dos factos, o que aumenta a produtividade, a colaboração e possibilita o uso de dados em tempo real.

Enquanto trave-mestra de um novo ambiente marcado pela Internet das Coisas, o ERP também pode direcionar sensores para que identifiquem problemas de produção antes de eles conduzirem a problemas de paralisação, e pode também reduzir a necessidade de pessoal no terreno, ao fazer a triagem desses problemas numa fase precoce (muitas vezes, suficientemente rápido para resolver o problema sem necessitar de fazer uma chamada de assistência).

4. A produção otimizada conduz a eficiências operacionais

Os produtores de todo o mundo devem trabalhar juntos num mundo que mudou completamente por causa do coronavírus. As empresas que eram ineficientes e pouco produtivas antes, devido à falta de tecnologia moderna, tinham muitas dificuldades, num universo pós-coronavírus será ainda mais difícil.

Ninguém discute que este é um momento para cortar despesa. As empresas estão concentradas nas atividades nucleares e cortam as gorduras das operações, no sentido de assegurarem a viabilidade financeira durante tanto tempo quanto possível.

Para os produtores, o manual foi escrito ao longo de anos. Os processos otimizados reduzem o desperdício e minimizam os custos em toda a operação. Se estiver a pensar apostar na otimização de:

  • inventários
  • custos com o transporte e a distribuição
  • preço e utilização das matérias-primas
  • o tempo e as atividades exigidas pelos processos de produção

… ou a pensar em obter os dados que irão cortar na despesa num sem número de outros elementos da produção, o ERP deverá ser o seu ponto de partida.

Estudo Forrester

Segundo este estudo, o ERP Sage X3 apresenta um ROI de 213%, com uma recuperação de investimento de apenas 6 meses.

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5. A automação acelera a entrega de produtos aos consumidores

No pós-COVID, o aumento da visibilidade para tomar decisões mais rápidas e mais baseadas nos dados será essencial. Por via da automação disponível nos ERP atuais, poderá recorrer a registos e a painéis analíticos em tempo real, para rever continuamente os seus dados financeiros, sem perder muito tempo a auditar e a preparar a informação.

Em matéria de robótica, a Interact Analysis***, que inclui os melhores investigadores do mercado do sector da automação inteligente, reporta: «É provável que as medidas de distanciamento social alimentem a procura pela automação em armazéns de retalho.»

«Também há um fator adicional: o uso de robôs e de outro equipamento automatizado nestes ambientes aumenta a eficiência e a velocidade da entrega de bens aos consumidores.»

Isto aplica-se a todos os tipos de automação, que podem ir de algo tão simples como uma aplicação de software que automatiza processos repetitivos, até soluções de inteligência artificial que digitalizem processos completos.

Não obstante, a avaliação do valor está correta, a automação melhora a eficiência, a produtividade, a flexibilidade, a redução do erro e a disponibilidade da mão-de-obra.

Encontramo-nos na iminência de avanços significativos na automação e na sua acessibilidade e o ERP é a trave-mestra da sua implementação.

6. A integração do ERP e dos impostos é essencial

Muitas empresas são obrigadas a depender de apoios estatais durante os confinamentos.

Segundo a Deloitte****: «A realidade é que, desde o início da crise, os departamentos fiscais tornaram-se numa fonte de dinheiro para muitas empresas; em algumas organizações, a gestão fiscal tem sido a única fonte de dinheiro enquanto as operações permanecem encerradas.»

«A pandemia também demonstrou os benefícios da integração das matérias fiscais no ERP aplicado a toda a organização.

Para traçar um caminho para o futuro, os gestores têm precisado dos impostos para desenvolver e articular as implicações fiscais de um conjunto de cenários – e muitos departamentos fiscais têm tido dificuldades em aceder a tempo aos dados da empresa e aos dados fiscais necessários à simulação desses cenários.»

À medida que avançamos na direção de uma era mais intervencionista, em que os impostos e os regimes governamentais têm um impacto cada vez mais forte nas nossas empresas, o ERP será ainda mais importante para os responsáveis financeiros das empresas.

Fontes:
*ABI Research
** Cleantech
*** Interact Analysis
****Deloitte