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2020: O ano da Automação Robótica de Processos

Homem a utilizar tablet

Denomina-se por Automação Robótica de Processos (RPA) o processo de automatização das tarefas mais simples e repetitivas, como a recolha de dados de um ficheiro e a sua posterior introdução numa aplicação empresarial, por exemplo.

“Quando falamos de RPA, não nos referimos a um robot físico. Falamos de uma abordagem para trabalhar em diversas aplicações e softwares e entrar, manter, migrar, integrar e extrair dados em folhas de cálculo. É o equivalente a um colaborador que nunca dorme, come ou comete erros em tarefas que necessitam de ser repetidas com frequência.” Aaron Harris, CTO da Sage

Atualmente, apenas as grandes empresas utilizam a Automação Robótica de Processos numa escala considerável. Em 2020, vamos começar a observar a sua utilização também em pequenas e médias empresas. As receitas de software dedicados à RPA cresceram até aos 846 milhões de dólares em 2018 e até aos 1.300 milhões em 2019. De acordo com dados obtidos pela Gartner, este aumento significativo faz com que este seja o segmento com o crescimento mais rápido no mercado laboral de software empresarial.

A RPA melhora a eficácia no desenvolvimento de tarefas repetitivas e automatizadas. “Dois terços dos processos financeiros estão agora automatizados, de uma forma ou de outra. O restante terço é ocupado por pedidos de informação ad hoc ou humanos”, destaca Aaron Harris. “O próximo passo da RPA é automatizar esses processos. Assim, o resultado será uma gestão de tempo mais útil e eficaz para cada um dos atores implicados nas tarefas”.

Durante os próximos anos, mais empresas com visão de futuro vão começar a partilhar os seus resultados financeiros em tempo real, desbloqueando assim o potencial que há em proporcionar acesso imediato à saúde financeira de uma empresa. Esta é uma previsão baseada no desejo que algumas das grandes empresas tornaram claro: a transparência financeira. A RPA é uma das várias tendências que fomentam um futuro mais automatizado. Os outros fatores chave são a Inteligência Artificial e a transformação digital, que ajudam os profissionais a redesenhar os processos para aproveitar as capacidades digitais, aliviando a carga administrativa e os relatórios.

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A tecnologia Blockchain vai crescer novamente?
A tecnologia Blockchain é uma invenção inteligente, mas atravessou o que a Gartner denomina, nos seus hiperciclos, como “o canal da desilusão”. Prometia muito no seu início, mas até ao momento não cumpriu as expectativas criadas. Desde o momento em que surgiu como “a próxima grande inovação”, foram muito poucas as aplicações significativas apresentadas para o Blockchain no mundo real.

Portanto, o que está a atrasar a adoção generalizada do Blockchain? Apresentamos alguns elementos chave: custos, escalabilidade e confiança.

Com líderes industriais, como a Amazon ou a Microsoft, comprometidos com a criação de serviços em torno do Blockchain, vamos começar a observar uma maior adoção generalizada, à medida que se abordem os problemas anteriormente mencionados. A partir de 2020 vão entrar em jogo as soluções aplicáveis ao mundo real.

A prosperidade da moeda virtual
A nova moeda virtual do Facebook, Libra, tem o potencial de alterar o futuro dos pagamentos. Define-se como solução para problemas reais e poderia ter um sucesso enorme. No passado, as moedas virtuais eram apenas utilizadas como forma de reserva monetária; a Libra, por outro lado, é a primeira criptomoeda que tem o potencial para ser um meio de troca.

A principal força do Facebook está na sua vastíssima base de utilizadores. Conta atualmente com uma rede de 2 mil milhões de pessoas, um terço da população mundial. Se, por exemplo, um trabalhador pretende enviar dinheiro para o seu país, tem de enfrentar uma margem comercial na conversão da moeda e na transferência bancária de 6 para 20%. Além disso, o processo é arriscado e demorado. Caso a sua família utilize o Facebook, pode converter a moeda local para Libra e enviar o dinheiro através do Facebook Messenger. É rápido, simples e bastante seguro.

É também uma forma de resolver, a longo prazo, o problema do branqueamento de capitais. Atualmente, existe pouco ou nenhum registo do remetente ou do destino do dinheiro, no atual sistema de transações financeiras que se baseia em grande parte no papel. As Nações Unidas estimaram recentemente que os criminosos branquearam um total anual entre 2 e 5% do PIB global, ou seja, entre $1.6 e $4 mil milhões de dólares por ano.

Por outro lado, a criptomoeda produz um registo imutável de todas as transações realizadas, de onde vem e para onde vai o dinheiro. É semelhante a um livro fiscal protegido de forma criptográfica para moedas que indica de onde vem e para onde vai o dinheiro. Graças a ele, o processo de branqueamento de dinheiro fica muito mais complicado.

Continua a existir um vasto número de questões regulamentares e legislativas por ultrapassar, mas esta é uma solução tecnológica disruptiva que questiona o próprio conceito de um sistema monetário centralizado. As nações do G7 formaram ainda uma equipa específica para analisar o tema das criptomoedas, com especial atenção para a Libra. 2020 será o ano em que estas novas moedas virtuais darão um grande passo na sua consolidação como uma opção real para as empresas.

2020 será um ano chave para que as médias e pequenas empresas cresçam na implementação de tecnologias disruptivas. Com a transformação digital já iniciada, o alcance da implementação destas tecnologias vai marcar os benefícios reais que mais tarde se efetivarão nos seus negócios.