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Vantagens e desafios: O incrível mundo novo da Internet das Coisas (IoT)

Vantagens e desafios: O incrível mundo novo da Internet das Coisas (IoT) Ao longo da história o Ser Humano tem vindo constantemente a descobrir e a...

Ao longo da história, o Ser Humano tem vindo constantemente a descobrir e a descobrir-se, a evoluir e a adaptar-se. Sempre que descobre algo novo, tem a possibilidade de criar oportunidades e vantagens para si, tal como: aumentar a longevidade, alimentar-se melhor, tornar-se mais forte, aumentar os níveis de conforto, aumentar a sua riqueza.

Quando o homem descobriu o fogo teve a oportunidade de se proteger, de se aquecer, de cozinhar, de ferver água, de derreter metais e produzir armas de combate. O fogo serviu de base para um incrível mundo novo, mais confortável e competitivo, completamente diferente do que se conhecia até à data.

Em 1999, após o aparecimento da internet que permitiu às pessoas transmitirem dados e informações entre elas através de uma rede global, Kevin Ashton, criou o termo Internet-of-Things (Internet das Coisas) (IoT). Também este conceito e a sua implementação deu início à criação de um mundo totalmente diferente daquele que conhecíamos. É um conceito transversal a todas as áreas da humanidade, a Internet das Coisas, irá permitir com a evolução da tecnologia, que se conheça cada vez melhor o ser humano, o meio ambiente e relação entre eles.

O futuro, hoje

Esta evolução irá possibilitar, entre muitas realidades, a criação: de sistemas sustentáveis ao nível ambiental, de cidades inteligentes com serviços disponíveis no preciso momento que as pessoas precisam, de veículos conectados que comunicam entre eles, melhorando o sistema de mobilidade, de máquinas e empresas conectadas, aumentando a eficiência e diminuindo desperdícios, de sistemas de saúde com monitorização imediata, “tudo” poderá estar conectado entre si.

Todo o equipamento/máquina que puder ter um sensor, poderá recolher dados e enviá-los para uma aplicação de modo a serem trabalhados, analisados e produzirem conhecimento sobre e para o meio ambiente.

Simplificando, a base que permite toda esta evolução são:

  1. sensores,
  2. uma ligação a uma rede ou à internet,
  3. capacidade de armazenar dados,
  4. aplicações que processem os dados e
  5. aplicações que monitorizem e enviem alertas.

Estes sistemas permitem criar processos de monitorização, alerta e ação que auxiliam, pessoas e empresas no seu dia-a-dia. Podem ajudar-nos a ser mais eficientes, saudáveis, rápidos, competitivos e focados. Quem adaptar o seu negócio com base na Internet das Coisas está a posicionar-se e a ganhar vantagem competitiva sobre os seus concorrentes.

Mas o que é a Internet das Coisas (IoT)?

A internet das coisas (IoT) é a conectividade entre equipamentos/máquinas e a sua ligação com o mundo virtual e físico.

São dispositivos “inteligentes” e máquinas conectados entre eles através de uma rede. Dispositivos que capturam dados através de sensores, analisam-nos e transmitem esses dados para uma outra plataforma, normalmente através da internet, de modo poderem ser analisados em diversos contextos, úteis para a tomada de decisão e fundamentais para a ação.

O grande objetivo da IoT é simplificar processos, otimizar recursos e criar eficiência, seja na vida das pessoas, seja nas atividades empresariais ou ao nível global da sociedade.

Muitas são as vantagens e aplicações que podem ser dadas à IoT, é um conceito transversal a toda a sociedade e pode ser aplicado a qualquer aparelho que suporte um ou mais sensores. Atualmente, podemos encontrar dispositivos “inteligentes” em diversos locais, tais como: nas nossas casas, no setor da saúde, no setor automóvel, na indústria, no desenvolvimento das cidades.

IoT em Casa

Nas nossas casas já é possível ter dispositivos que estão ligados entre si e que simplificam as atividades domésticas ao mesmo tempo que aumentam a eficiência energética. Dispositivos que monitorizam a temperatura da casa e quando verificam que esta desce a um valor pré-definido, envia um sinal para que o aquecimento seja ligado. Existem sensores que controlam a luz e a eletricidade da casa: ligam a luz de divisões quando a luz natural diminui ou que apagam a luz quando já ninguém se encontra na divisão.

Além destes exemplos, existem vários tipos de dispositivos que já estão preparados e podem auxiliar o dia-a-dia numa casa familiar, tais como: máquinas de café e de lavar, frigoríficos, termostatos, aparelhos de ar condicionado, luzes, estores, televisões, sistemas de som, sistemas de segurança, entre outros.

IoT na Saúde

A saúde é um setor que tem evoluído de forma exponencial e naturalmente tem aumentado a esperança média de vida. Nos dias que correm, a IoT, através da monitorização constante do corpo e dos sinais vitais, dá passos largos na direção do aumento da esperança média de vida.

Hoje em dia existe no mercado um conjunto vasto de dispositivos que monitorizam e registam dados sobre a atividade corporal, tais como: pulsação, pressão arterial, oxigenação, medição dos ciclos do sono, calorias despendidas entre outros.

A utilização destes dispositivos e a relação entre os valores recolhidos antecipam problemas ao nível da saúde e permitem efetuar ligações de emergência com uma unidade hospitalar ou centro de saúde quando de uma emergência se trate. Este tipo de alerta é fundamental para o tratamento antecipado de doenças, aumentando naturalmente a qualidade de vida e a longevidade do ser humano. Por vezes, um minuto faz toda a diferença.

IoT na Indústria

A IoT na indústria vem revolucionar o modo como se trabalha. Atualmente, quando se analisa o comportamento das organizações verifica-se que existe uma tendência para implementar processos de transformação digital que criem cadeias de valor mais eficientes.

A transformação digital aliada aos princípios de IoT irá permitir que produtos, plataformas e meio ambiente comuniquem entre si e possam detetar, por exemplo:

Falta de produtos numa prateleira e automaticamente iniciar um pedido de encomenda ao distribuidor;

Aumento da temperatura e diminuição do nível de humidade na terra e iniciar processos de rega;

Aumento do fluxo de clientes e regular a temperatura das lojas, abrir pisos de garagem e aumentar postos de atendimento;

Padrões de consumo e aprovisionar stocks mediante as necessidades identificadas.

Anomalias nos equipamentos e acionar medidas de segurança, seja para proteção de colaboradores ou de clientes.

A internet das Coisas está a alterar o modo como se produz, se distribui e se comercializam os produtos e serviços aos clientes e esta é uma vantagem que não se pode perder.

IoT nas Cidades

Prevê-se que cada vez mais exista uma migração dos meios rurais para as cidades, prevê-se também que as cidades se tornem megacidades. Esta migração irá concentrar um enorme aglomerado de pessoas que conduzirá as cidades a desafios de segurança, eficiência e sustentabilidade.

Para fazer face a esses desafios, é necessário que as cidades se tornem também elas “inteligentes” e consigam analisar os comportamentos dos seus cidadãos para deste modo criarem sistemas eficientes de acordo com as necessidades da sua população.

A utilização e massificação de sensores nas cidades permitirá aumentar a eficiência dos sistemas energéticos, da mobilidade ao nível dos transportes públicos e privados, do planeamento urbano e da administração pública adequando os serviços às necessidades da população.

Os desafios da IoT

Tal como o fogo, que foi determinante na evolução do homem, por vezes teve uma aplicação positiva no desenvolvimento da sociedade, outras vezes, foi aplicado com intenções negativas e destrutivas. Foi o Ser Humano que decidiu o que fazer.

Assim, verificamos que o mesmo se passa com a Internet das Coisas e elencamos um conjunto de desafios que se deve ter em atenção quando se desenha e implementa uma solução de IoT:

Segurança – É necessário criar medidas de proteção e segurança para ataques provenientes da internet que possam: 1) sabotar equipamentos e os levem a comportamentos anómalos, 2) roubar ou alterar dados e informação armazenada.

Privacidade do utilizador – Os equipamentos recolhem e armazenam um conjunto elevado de dados, muitas vezes relacionados com clientes e com aspetos inerentes à privacidade do utilizador, logo é de extrema importância que se encripte os dados recolhidos para que não possam ser apropriados e usados de forma ilegal por terceiros.

Armazenamento de dados – Devido à recolha massiva de dados é necessário que os servidores tenham uma capacidade de armazenamento cada vez maior. Essa capacidade pode ser alocada em servidores locais ou numa nuvem (cloud) pública/privada, no entanto, é preciso ter em conta que invariavelmente irá existir um aumento dos custos no armazenamento de dados.

Qualidade das comunicações – A necessidade de avaliar a largura de banda é outro fator a ter em conta, a conetividade dos sensores com os servidores e com as bases de dados podem exigir uma largura de banda superior a que atualmente se utiliza para as interações entre as pessoas e os computadores.

Todos temos de estar preparados para esta nova era. A educação para a tecnologia e para os dados, é fundamental, seja ao nível pessoal ou ao nível organizacional. Prevê-se que exista uma massificação dos sensores nos próximos anos. A criação de competências que permitam utilizar os dados e as análises produzidas a favor das organizações são fatores que possibilitam conhecer os clientes, o meio ambiente e alcançar vantagem competitiva face à concorrência.

A internet das coisas, tal como o fogo, pode ajudar-nos ou pode destruir-nos. Está nas nossas “mãos” aprendermos a manuseá-la e adaptarmos as nossas vidas e os nossos negócios a uma realidade que não voltará atrás.